
Na noite de ontem (14 de novembro), quando os auditores do Tribunal de Justiça Desportiva de Mato Grosso do Sul (TJD-MS) deram um ultimato: a Federação de Futebol do estado (FFMS) tem até o dia 4 de dezembro para realizar a eleição de um novo presidente. A ordem veio depois de semanas de incertezas e disputas que deixaram o futebol sul-mato-grossense no limbo.

O cenário se desenrolou na Câmara Municipal de Campo Grande, onde o julgamento começou às 19h, com a tensão pairando no ar. O caso surgiu após Paulo Telles, um dos candidatos ao cargo, pedir à Justiça que definisse uma data para a eleição. O atual presidente interino, Estevão Petrallás, era acusado de conduzir o processo de forma parcial. Ele, no entanto, não apareceu na sessão.
Antes da decisão, Petrallás havia tentado estender o prazo das eleições para abril de 2025, justificando a necessidade de concluir o Campeonato Sul-Mato-Grossense Série A. Mas sua proposta foi ignorada pelo TJD, que considerou o documento inválido. Agora, o relógio corre para que a FFMS cumpra a ordem em tempo recorde.
Uma disputa cheia de capítulos - O Tribunal precisava decidir o destino da Federação após a destituição de Francisco Cezário, que comandou a FFMS por décadas e saiu há um mês. Desde então, Estevão Petrallás ocupa o cargo de forma provisória, mas seu mandato termina no dia 23 de novembro. O novo presidente assumirá dois dias depois, caso o calendário seja cumprido.
A decisão foi relatada por Thiago Moraes Marsiglia, que votou a favor de manter a eleição dentro do prazo de 20 dias. Os demais auditores seguiram o voto, com apenas uma divergência. A auditora Celina de Mello sugeriu que, em vez de uma nova eleição, um dos oito vice-presidentes eleitos assumisse o cargo, evitando mais atrasos. A sugestão não foi aceita.
Agora, caberá à comissão eleitoral organizar o pleito no prazo estabelecido. O futuro do futebol no estado está em jogo, e o Tribunal parece não querer mais adiamentos.
Quem disputa o comando da FFMS? Sete candidatos querem ocupar a cadeira de presidente, cada um trazendo suas promessas e seu histórico no futebol. Os principais nomes são:
• Paulo Telles, ex-presidente do Cene, conhecido por seu tom combativo;
• André Baird, presidente do Costa Rica, uma figura influente no futebol local;
• Cláudio Barbosa, presidente do Comercial, sempre em busca de alianças;
• Marcos Araújo, presidente do Dourados, que representa a força do interior;
• Américo Ferreira, ligado ao movimento Novo;
• Toni Vieira, ex-presidente do Operário, com forte apoio de torcedores;
• Estevão Petrallás, o atual interino, tentando manter o controle.
O vencedor precisará mais do que votos: terá que lidar com uma entidade desgastada e um esporte que, no estado, está longe de seus dias de glória.
O que está em jogo - O futebol sul-mato-grossense vive um momento delicado. A FFMS enfrenta problemas administrativos e uma crise de confiança entre clubes, atletas e torcedores. A decisão do TJD-MS é um esforço para trazer estabilidade, mas também deixa claro que a paciência está se esgotando.
Nos próximos dias, as discussões nos bastidores prometem ser tão intensas quanto um clássico local. Enquanto isso, os torcedores observam, esperando que o novo presidente consiga algo raro no futebol: unir todos em torno de um objetivo comum.
