O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, foi absolvido nesta quinta-feira (13) pelo Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) da suspensão de 12 jogos que havia sido aplicada por seu suposto envolvimento com apostas esportivas. Por maioria, os auditores optaram por substituir a punição por uma multa de R$ 100 mil.
A decisão final foi tomada após a retomada do julgamento iniciado na última segunda-feira, quando o relator Marco Aurélio Choy pediu vista. Na sessão de hoje, cinco dos oito auditores acompanharam seu voto pela absolvição do jogador quanto à suspensão, mantendo apenas a multa.
Os votos favoráveis a Bruno Henrique partiram dos auditores Sérgio Furtado Coelho Filho, Marco Aurélio Choy, Rodrigo Aiache, Antonieta da Silva, Marcelo Bellizze e Luis Otávio Veríssimo. Os três votos pela manutenção de punições mais severas vieram de Mariana Barreiras, Luiz Felipe Bulus e Maxwell Borges Vieira, com sugestões que variaram entre 270 dias de suspensão e manutenção da pena anterior de 12 jogos.
Luiz Felipe Bulus, por exemplo, defendeu a suspensão como uma medida de caráter educativo. Já Mariana Barreiras fez um paralelo entre o caso de Bruno Henrique e os crimes investigados na operação Penalidade Máxima, de 2023, citando indícios de que membros próximos ao atleta, como seu irmão, teriam recebido dinheiro ligado à manipulação de resultados.
“Ele pode não ter sido o aliciador direto, mas aceitou participar de algo que todos sabemos ser ilícito”, afirmou a auditora. “Há conversas em que o irmão de Bruno Henrique pede dinheiro, e entendemos que houve sim repasse de valores”.
Entenda o caso
Bruno Henrique foi investigado pela Polícia Federal por supostamente ter forçado o terceiro cartão amarelo de forma deliberada durante a partida entre Flamengo e Santos, realizada em novembro de 2023 no estádio Mané Garrincha, pelo Campeonato Brasileiro. A suspeita era de que o ato teria como objetivo favorecer apostadores — entre eles, familiares do jogador.
Apesar da acusação, a maioria dos auditores entendeu que não houve influência do cartão no resultado da partida e que as evidências não eram suficientes para justificar uma suspensão. A defesa do atleta, feita pelos advogados Michel Asseff Filho, Alexandre Vitorino Silva e Ricardo Pieri Nunes, argumentou que não há provas de que o jogador tenha se envolvido diretamente em qualquer esquema de apostas.
Durante o julgamento, realizado de forma híbrida, Bruno Henrique acompanhou a sessão remotamente. O atacante, inclusive, havia marcado o gol da vitória do Flamengo sobre o Santos no último domingo, enquanto ainda atuava sob efeito suspensivo concedido anteriormente pela justiça desportiva.
Embora o Pleno do STJD seja a última instância na justiça desportiva brasileira, a decisão pode ser questionada em tribunais internacionais. O caso poderá ser encaminhado à Corte Arbitral do Esporte (CAS), na Suíça, se qualquer uma das partes optar por recurso.
Resultado da votação no STJD
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Multa de R$ 100 mil: Sérgio Furtado Coelho Filho, Marco Aurélio Choy, Rodrigo Aiache, Antonieta da Silva, Marcelo Bellizze, Luis Otávio Veríssimo
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270 dias de suspensão + multa de R$ 75 mil: Mariana Barreiras, Maxwell Borges Vieira
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12 jogos de suspensão: Luiz Felipe Bulus
Com a decisão, Bruno Henrique segue à disposição do Flamengo para a reta final do Campeonato Brasileiro e outras competições, sem impedimentos legais ou esportivos em vigor.
