Mesmo enfrentando uma fase delicada dentro de campo, o São Paulo Futebol Clube anunciou nesta terça-feira (21) um ousado plano de inovação para os próximos anos. Com foco em atrair startups e investidores, o clube lançou o Inova.São Ventures, uma Corporate Venture Builder desenvolvida em parceria com a FCJ Group e a Sportheca.
A iniciativa visa transformar o São Paulo em referência em inovação esportiva nas Américas até 2030. A expectativa é captar R$ 11 milhões nesse período e gerar até R$ 90 milhões em novos negócios a partir da marca tricolor, que não fará aportes financeiros diretos.
“Temos o São Paulo como captador, a Sportheca como desenvolvedora de soluções, e agora um fundo com metodologia estruturada. Vamos buscar soluções dentro do clube que impactem também todo o ecossistema esportivo”, explica Eduardo Alfano Vieira, diretor institucional de inovação do São Paulo.
Inovação mesmo na crise - A ausência do presidente Julio Casares no evento foi justificada por Alfano: “O difícil momento que atravessa nosso futebol o prende no CT da Barra Funda.” Apesar da crise — o time venceu apenas uma das últimas oito partidas —, o clube aposta na estratégia como forma de transformar a estrutura e fortalecer o futuro.
Para José Guilherme Oliver, diretor de inovação do clube, a tecnologia é a ponte entre a inovação e a melhora do desempenho esportivo. “O que diferencia o futebol europeu é a tecnologia. Com ela, conseguimos acelerar a recuperação de atletas e fornecer dados precisos para decisões técnicas. Isso tem impacto direto no campo”, afirma.
Segundo ele, a proposta vai além das quatro linhas e pretende engajar os torcedores mais distantes fisicamente do clube. “Estamos construindo um projeto de longo prazo para impactar também quem não pode estar no estádio. Todo dia morre um são-paulino, será que todo dia nasce um? Temos que trabalhar isso”, questiona.
Tese estruturada em quatro pilares - O Inova.São Ventures se baseia em quatro frentes estratégicas:
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Performance e desempenho de atletas
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Gestão de arenas e match days com estádios inteligentes
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Experiência do torcedor
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Geração de novos negócios a partir da estrutura do clube
No primeiro ano, o foco será a seleção de startups em áreas como inteligência artificial, realidade aumentada e virtual, healthtech, gamificação, geolocalização, interatividade e serviços digitais para fãs.
“O São Paulo está aportando algo mais valioso que dinheiro: sua marca, sua torcida, sua estrutura”, destacou Gustavo Verginelli, sócio da Sportheca, especializada em criar startups voltadas ao esporte.
A meta é transformar o clube em um laboratório de inovação, testando soluções em um ambiente real, com aplicação direta nos bastidores e na vida dos torcedores.
Tecnologia como diferencial competitivo - A diretoria acredita que o projeto, se bem executado, pode ser o diferencial competitivo que falta ao futebol brasileiro, historicamente atrasado em comparação aos grandes clubes europeus. “Vamos importar tecnologias, adaptá-las à nossa realidade e aplicá-las para obter resultados concretos, tanto dentro quanto fora de campo”, reforça Oliver.
