
Dois dirigentes do São Paulo Futebol Clube pediram licença de seus cargos nesta segunda-feira (15) depois que um áudio revelou um esquema de comercialização irregular de camarotes no estádio do Morumbi em dias de shows.
Os afastados foram Douglas Schwartzmann, diretor adjunto de futebol de base, e Mara Casares, que até então ocupava a diretoria feminina, cultural e de eventos e é ex-esposa do presidente do clube, Julio Casares.
A divulgação do áudio pelo site Ge mostrou a suposta prática clandestina. Em resposta ao caso, o clube afirmou que tomou conhecimento do conteúdo pela imprensa e que fará uma investigação interna para apurar os fatos, adotando as medidas necessárias conforme o resultado dessa análise.
O caso ligado ao Morumbi - Schwartzmann admitiu que ele e outras pessoas obtiveram ganhos com a venda dos camarotes. Segundo a reportagem, o episódio em foco envolve especificamente o camarote identificado como “3A”, no setor leste do Morumbi, que em documentos oficiais do São Paulo também aparece como “sala presidência”.
Ainda de acordo com o Ge, Schwartzmann afirmou que foi o superintendente Márcio Carlomagno — considerado braço direito do presidente Casares e um nome relevante para as eleições do clube no próximo ano — quem entregou o camarote a Mara Casares para que ela comercializasse ingressos do show da cantora Shakira, em fevereiro.
O estatuto do São Paulo prevê punições para sócios ou dirigentes que cometam infrações. As possíveis penalidades vão de advertência e suspensão até perda de mandato, inelegibilidade temporária e afastamento definitivo.
O Regimento Interno do clube estabelece que prejudicar a imagem do Tricolor em qualquer condição ou no exercício de um cargo é motivo para suspensão por período que varia de 90 a 270 dias — pena que pode ser maior se o associado ocupar um cargo de poder dentro da instituição.
O caso agora entra em fase de apuração interna, e o clube não divulgou ainda qual será o desfecho das medidas disciplinares.

