O Santos anunciou neste domingo a instalação de grama sintética no campo 1 do CT Rei Pelé, principal espaço de treinos da equipe profissional. A diretoria afirma que a mudança busca oferecer maior durabilidade ao gramado, reduzir custos de manutenção e garantir condições padronizadas de trabalho ao elenco. A decisão, no entanto, ocorre em meio à posição contrária de Neymar, que negocia renovação de contrato com o clube e é crítico declarado desse tipo de piso.
Segundo o presidente Marcelo Teixeira, a alteração segue parâmetros utilizados em centros de treinamento internacionais. Para ele, o novo campo coloca os jogadores em um ambiente mais estável para o trabalho diário. “Essa atualização coloca nossos atletas em um ambiente de treinamento de nível internacional e mostra nosso compromisso em oferecer as melhores condições possíveis para a equipe”, afirmou.
De acordo com o Santos, o gramado sintético escolhido mantém características próximas às da grama natural, como maciez e estética, e conta com sistema de amortecimento e tração. A promessa é de redução do impacto físico e maior uniformidade, independentemente das condições climáticas.
O CEO da empresa responsável pela instalação, Alessandro Oliveira, explicou que a superfície foi projetada para diminuir variações de desempenho causadas pelo estado do campo. Após a conclusão da obra, o gramado passará por processo de certificação realizado por um laboratório credenciado pela Fifa.
A diretoria avalia ainda que o novo campo facilitará a adaptação do time em partidas disputadas em estádios com gramado sintético, cada vez mais comuns no futebol brasileiro.
Apesar dos argumentos apresentados pelo clube, Neymar já manifestou publicamente insatisfação com o uso desse tipo de piso. Desde que voltou ao futebol brasileiro neste ano, o camisa 10 atuou apenas uma vez em gramado sintético e acabou se lesionando. O episódio ocorreu em setembro, contra o Atlético-MG, na Arena MRV, quando sofreu uma lesão muscular.
Após o ocorrido, o jogador foi poupado da partida seguinte contra o Palmeiras, disputada no Allianz Parque, também com grama artificial, mesmo com o Santos vivendo momento delicado na luta contra o rebaixamento.
Em uma publicação nas redes sociais na época, Neymar criticou duramente a tecnologia. “Comprovado… sintético é uma m…”, escreveu, após a contusão.
A discussão sobre o uso de gramados sintéticos ganhou novos capítulos no início de dezembro. Palmeiras, Botafogo, Atlético-MG, Athletico Paranaense e Chapecoense divulgaram uma nota conjunta defendendo o piso artificial em competições oficiais, destacando aspectos como regularidade e resistência.
Em sentido oposto, Neymar liderou, ao lado de Thiago Silva e Lucas Moura, um movimento de jogadores no início de 2025 contra a adoção do gramado sintético. A mobilização resultou em uma campanha nas redes sociais pedindo o fim das partidas disputadas em pisos artificiais no futebol brasileiro.
