
O atacante egípcio Mohamed Salah, do Liverpool, criticou publicamente a nota de pesar publicada pela Uefa sobre a morte do ex-jogador palestino Suleiman Al-Obeid, conhecido como o “Pelé palestino”. A Associação Palestina de Futebol (PFA) informou que o ex-atleta foi baleado e morto por forças israelenses na última quarta-feira (6), no sul da Faixa de Gaza.

De acordo com a PFA, Al-Obeid aguardava ajuda em meio à multidão próxima a um ponto de distribuição quando foi atingido. Ele tinha 41 anos, era casado e pai de cinco filhos.
Nas redes sociais, Salah reagiu à homenagem feita pela entidade europeia, cobrando mais clareza sobre as circunstâncias da morte. “Pode nos dizer como ele morreu, onde e por quê?”, questionou o atacante, demonstrando incômodo com o tom do comunicado, que não citava a causa do falecimento.
A Uefa publicou em sua conta oficial no X (antigo Twitter) a mensagem: “Adeus a Suleiman Al-Obeid, o ‘Pelé palestino’. Um talento que deu esperança para incontáveis crianças, mesmo nos tempos mais escuros”. Em nota atribuída ao presidente da entidade, Aleksander Ceferin, a associação palestina reproduziu o trecho: “Estou profundamente entristecido pela morte trágica de Al-Obeid. Seu falecimento é uma grande perda para o mundo do futebol e para todos que compreendem o poder inspirador do esporte”.
Apelidado de “Pelé palestino” pelo talento e pela habilidade em campo, Suleiman Al-Obeid iniciou sua trajetória no Khadamat Al-Shati, clube local onde marcou mais de 100 gols. Pela seleção nacional, disputou 24 partidas e balançou as redes duas vezes.
Outro ídolo do futebol, o francês Eric Cantona, também se pronunciou. Em publicação no Instagram, ele acusou o exército israelense de cometer genocídio em Gaza. “Israel acaba de matar o craque da seleção palestina Suleiman Al-Obeid enquanto esperava por ajuda em Rafah. Ele era apelidado de ‘O Pelé da Palestina’. Por quanto tempo mais vamos deixá-los cometer esse genocídio?”, escreveu.
A PFA afirma que, desde o início da guerra em outubro de 2023, quando o Hamas atacou Israel, 662 atletas e dirigentes esportivos palestinos foram mortos. Os bombardeios e ofensivas terrestres israelenses, em resposta, já provocaram dezenas de milhares de mortes em Gaza, desalojaram a maior parte da população, destruíram amplas áreas do território e agravaram a crise de fome.
