
Depois de o Central Córdoba surpreender e conquistar o título na última temporada, a Copa Argentina conhecerá outro campeão inédito neste ano. O Independiente Rivadavia, de Mendoza, eliminou o poderoso River Plate nesta sexta-feira (24), nos pênaltis, e garantiu vaga na final para enfrentar o Argentinos Juniors.
O resultado marcou uma das maiores zebras da competição. Após empate por 0 a 0 no tempo normal, o time do interior venceu por 4 a 3 nas penalidades, com Borja (ex-Palmeiras) e Galoppo (ex-São Paulo) desperdiçando suas cobranças.
A eliminação, somada à queda precoce nas quartas de final da Libertadores diante do Palmeiras e à campanha irregular no torneio Clausura, mergulhou o clube de Buenos Aires em uma nova crise, aumentando a pressão sobre o técnico Marcelo Gallardo.
Após o apito final, o River deixou o campo sob vaia e protestos da torcida no Estádio Mario Kempes, em Mendoza. Irritado, Gallardo evitou responder a perguntas na coletiva, mas fez um desabafo.
“Não há outra escolha a não ser aceitar este momento de m... e assumir o comando. Claramente não correspondemos às expectativas. As pessoas têm razão em expressar seu descontentamento”, afirmou o treinador.
O técnico, responsável por um dos ciclos mais vitoriosos da história recente do clube, admitiu que vive sua fase mais difícil à frente do River Plate.
“Temos de rever se conseguimos conquistar o campeonato nestes 45 dias, que é a única chance de reverter este ano totalmente negativo. E aí, as decisões que precisam ser tomadas serão tomadas”, completou.
Além de perder a chance de título nacional, o River vê ameaçada sua vaga na próxima edição da Copa Libertadores. O time ocupa o segundo lugar na tabela anual, com 51 pontos, mas está apenas um à frente de Argentinos Juniors e Deportivo Riestra.
O clube precisa vencer as três rodadas finais do Clausura e torcer contra os rivais para garantir presença no torneio continental de 2026. Também pode se classificar indiretamente, caso Argentinos Juniors conquiste a Copa Argentina ou o Racing seja campeão da Libertadores — o que abriria novas vagas para o país.
“Neste momento de m..., não há ninguém lá fora esperando para te dar um abraço. Talvez tenhamos de entender que passaremos por isso sozinhos, porque o futebol é assim: quando você ganha, todos estão lá; quando perde, ninguém está”, desabafou Gallardo.

