A Panam Sports define nesta sexta-feira (10) a sede dos Jogos Pan-Americanos de 2031. A escolha será anunciada durante a Assembleia Geral da entidade, em Santiago, no Chile. O Brasil concorre com a candidatura conjunta de Rio-Niterói, que enfrenta Assunção, no Paraguai — interessada em sediar o evento pela primeira vez.
A proposta brasileira tem como principal trunfo o legado dos Jogos Olímpicos de 2016. O plano prevê o uso de arenas já consolidadas, como o Parque Olímpico da Barra e o Parque Aquático Maria Lenk, além da construção da Vila Pan-Americana na região do Porto Maravilha, dentro de um novo projeto de reurbanização. O orçamento estimado é de US$ 667,5 milhões (cerca de R$ 3,57 bilhões).
Para o presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Marco Antônio La Porta, o Pan seria uma oportunidade de consolidar um centro de treinamento de excelência para o esporte nacional. Ele defende que o evento pode deixar como legado a modernização da estrutura do Time Brasil, especialmente com a construção de áreas de alojamento, alimentação e pista de atletismo.
“A grande vantagem é estar com as instalações prontas. Pouca coisa precisa ser construída. Falta apenas um alojamento e uma pista de atletismo. Precisamos dessa obra; a manutenção, nós assumimos”, destacou La Porta.
O Rio já foi sede dos Jogos Pan-Americanos em 2007, edição que impulsionou grandes obras esportivas, como o Estádio Nilton Santos, o Complexo de Deodoro e a expansão do atual Parque Olímpico, consolidado com os Jogos de 2016.
Assunção aposta em transformação
Do outro lado, Assunção tenta convencer a Panam Sports com o argumento de que o Pan de 2031 pode ser um marco de transformação urbana e esportiva. O projeto paraguaio destaca o compromisso com a sustentabilidade, o desenvolvimento de infraestrutura e a promoção do esporte.
A candidatura promete uma logística eficiente, com a maioria das arenas a menos de 30 minutos de distância umas das outras. Apesar disso, o desempenho recente do país em eventos multiesportivos preocupa: os Jogos Pan-Americanos Júnior, realizados em agosto, enfrentaram diversos problemas, como falhas no transporte, na venda de ingressos e na acessibilidade.
Mesmo assim, dirigentes brasileiros reconhecem que questões políticas podem influenciar na decisão final da Panam Sports.
