
A classificação do Atlético-MG para as oitavas de final da Copa Sul-Americana, conquistada nos pênaltis após uma derrota por 1 a 0 no tempo normal contra o Atlético Bucaramanga, foi marcada por tensão e protestos. Antes do duelo decisivo, o clima já estava pesado, com a torcida vaiando o acionista majoritário da SAF do clube, Rubens Menin, que acabou se dirigindo ao vestiário após o jogo para cumprimentar os jogadores pela classificação.

Apesar da vitória nos pênaltis, Menin preferiu não falar com a imprensa na Arena MRV, em Belo Horizonte, e deixou o clima de insatisfação com os torcedores e o momento conturbado nos bastidores. A cobrança por pagamentos atrasados ao elenco, com destaque para os episódios envolvendo Rony e outros atletas, como Gustavo Scarpa, Igor Gomes e Guilherme Arana, afetaram o ambiente da equipe.
A pressão da torcida foi palpável durante a semana. A torcida organizada do Atlético-MG protestou após a derrota para o Palmeiras no Campeonato Brasileiro e voltou a se manifestar antes da partida contra o Bucaramanga. As principais críticas se concentraram em Menin e nos jogadores que, em algumas ocasiões, fizeram cobranças à diretoria sobre os salários em atraso. Rony, por exemplo, chegou a ir à Justiça pedindo a rescisão unilateral de seu contrato, embora tenha voltado atrás.
Os atletas que se destacaram nas cobranças aos dirigentes foram vaiados pela torcida, com destaque para o meia Gustavo Scarpa, que perdeu sua cobrança nos pênaltis, sendo um dos alvos das críticas. O jogador, que chegou a se pronunciar nas redes sociais, bloqueou os comentários para evitar mais hostilidade, mas continuou sendo atacado pelos torcedores atleticanos.
Em relação à troca de indiretas entre Scarpa e o zagueiro Lyanco, o clima também parecia tenso. Após a divulgação das cobranças de jogadores ao clube, Lyanco publicou uma mensagem insinuando críticas a alguns companheiros. Scarpa, por sua vez, respondeu, mas depois explicou que o desentendimento foi rapidamente resolvido. "No dia seguinte, eu e o Lyanco já tínhamos nos resolvido. O barulho acabou sendo maior do que precisava. Ele se manifestou de uma forma, eu entendi de outra, parti em defesa do que achava certo, mas já está tudo resolvido", disse Scarpa, após a partida, na zona mista.
Após o jogo, a diretoria do Atlético-MG se reuniu com Menin e os jogadores, prometendo quitar os salários atrasados até a próxima semana. Além disso, a classificação às oitavas de final da Copa Sul-Americana garantiu ao time uma premiação de US$ 600 mil (aproximadamente R$ 3,31 milhões), o que pode amenizar parte da tensão no ambiente interno.
Agora, o Atlético-MG foca no próximo desafio pelo Campeonato Brasileiro, enfrentando o Flamengo no Rio de Janeiro, no domingo. Após o duelo pelo Brasileirão, as equipes se reencontram no Maracanã, mas agora pelas oitavas de final da Copa do Brasil.
