
A ginasta Rebeca Andrade, maior medalhista olímpica da história do Brasil, revelou nesta terça-feira (12), durante a Rio Innovation Week (RIW), que não competirá mais na modalidade de solo. A decisão foi tomada para preservar sua saúde física e garantir uma carreira mais longeva, após 21 anos de intensa prática na ginástica artística. "O solo causa mais impacto no corpo. Já passei por cinco cirurgias no joelho e uma em cada pé. Parar com o solo vai me permitir treinar por mais tempo", afirmou a atleta.

Apesar de abrir mão do solo, Rebeca afirmou que seguirá competindo em outras modalidades, com a preparação voltada para o Mundial de Ginástica Artística deste ano, em outubro, na Indonésia, e, principalmente, para os mundiais de 2026 e 2027. Este último é especialmente importante, pois será classificatório para as Olimpíadas de 2028, em Los Angeles.
"Este ano estou priorizando minha saúde física e mental, então não estou treinando tão intensamente. Isso é fundamental para garantir que eu tenha mais uma Olimpíada pela frente", explicou Rebeca, brincando sobre seu joelho: "Ele vai estar inteiro!"
Pódio Histórico
Em sua palestra, Rebeca também relembrou o inesquecível pódio nas Olimpíadas de Paris 2024, quando conquistou a medalha de ouro no solo, ao lado de Simone Biles (prata) e Jordan Chiles (bronze), formando o primeiro pódio olímpico composto exclusivamente por mulheres negras. "Foi um momento muito especial, a representatividade foi enorme, não só para mim, mas também para elas", comentou, destacando o gesto de carinho das americanas, que fizeram uma reverência a Rebeca quando ela subiu no pódio.
A ginasta também falou sobre a relação de respeito e amizade com Simone Biles, que a apoiou durante os momentos difíceis de sua recuperação, após a primeira cirurgia no joelho em 2018. "Ela sempre me disse para não desistir, para continuar, porque eu tinha muito potencial. Foi muito carinhosa comigo", disse Rebeca, relembrando a amizade com Biles e o espírito de camaradagem entre as maiores ginastas do mundo.
Competições e Representatividade
Rebeca Andrade reforçou a importância da representatividade no esporte, especialmente para as mulheres negras. A ginasta demonstrou a felicidade de estar competindo ao lado de ícones como Biles, compartilhando não apenas a vitória, mas também o apoio mútuo e o respeito dentro das competições.
"A competição é acirrada, mas a relação entre nós é de muito respeito. Quando uma ganha, é como se eu tivesse ganhado também. Estamos lá competindo, mas também brincando e nos apoiando", disse.
Com sua decisão de priorizar a saúde e focar nos futuros desafios, Rebeca Andrade continua a trilhar um caminho de conquistas, representando o Brasil no cenário mundial da ginástica artística e inspirando gerações de jovens atletas.
