O Real Madrid poderá mudar em breve a forma como administra seu patrimônio. Em assembleia geral realizada neste domingo (24), o presidente Florentino Pérez apresentou uma proposta para alterar o estatuto do clube, abrindo caminho para que investidores externos adquiram até 10% de participação em uma nova subsidiária ligada à instituição. A medida, segundo ele, seria uma forma de atrair recursos, sem comprometer o controle que hoje pertence exclusivamente aos 100 mil sócios.
“Continuaremos sendo um clube de sócios”, garantiu Pérez ao apresentar a ideia no centro de treinamento de Valdebebas. “Mas precisamos criar uma subsidiária na qual os sócios do Real Madrid sempre mantenham o controle absoluto.”
Pelo modelo defendido, a estrutura principal do clube seguiria sob domínio dos associados, mas uma empresa secundária seria criada para permitir a entrada de capital externo. Esse novo braço do clube poderia vender uma participação de no máximo 10% a investidores com perfil de longo prazo e alinhados com os valores da instituição.
“Essa é a forma mais clara e convincente de avaliar nosso clube. O fato de alguém querer investir uma quantia significativa por uma fatia simbólica é prova do nosso valor”, argumentou o presidente, que não mencionou cifras nem nomes de possíveis interessados.
Pérez enfatizou que o clube manteria o controle total da subsidiária e que, mesmo com a entrada de capital externo, decisões estratégicas e políticas continuariam sob domínio exclusivo da diretoria e dos sócios. “Serão aliados estratégicos, nunca proprietários. Sempre teremos o direito de recomprar os ativos. É uma medida para proteger nosso patrimônio.”
A proposta será submetida à votação em um referendo entre os sócios, e o número atual de 100 mil associados deve ser mantido fixo. Segundo Pérez, essa é uma forma de blindar o clube de pressões políticas ou empresariais e garantir que a cultura do Real Madrid não seja alterada.
Críticas à Uefa e La Liga - Durante o discurso, o presidente também fez duras críticas ao presidente da La Liga, Javier Tebas, e à Uefa, acusando-os de prejudicar financeiramente os grandes clubes com suas políticas. Ele afirmou que a reforma no estatuto é uma resposta a ataques externos que ameaçam a autonomia e o valor econômico do Real Madrid.
“Temos um tesouro em mãos. Nosso dever como sócios é protegê-lo e garantir que esse clube continue a liderar o futebol mundial por muitas gerações”, afirmou.
