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Copa Sul-Americana

Violência em jogo da Sul-Americana gera críticas de Boric e reação internacional

Confronto entre torcidas de Independiente e Universidad de Chile cancela partida e acirra tensão diplomática

21 agosto 2025 - 08h25Redação
Torcida do Independiente e La U entraram em confilito
Torcida do Independiente e La U entraram em confilito - (Foto: Alejandro Pagni)
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O jogo entre Independiente e Universidad de Chile, realizado em Avellaneda pela Copa Sul-Americana, terminou em cenas de violência que ultrapassaram as quatro linhas. O confronto entre torcedores dos dois clubes nesta quarta-feira (20) resultou na suspensão da partida, que estava empatada em 1 a 1 no segundo tempo, e gerou forte repercussão dentro e fora da Argentina.

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As imagens de agressões, correria, queda de torcedor e torcedores encurralados ganharam destaque nas redes sociais e na imprensa internacional. A Conmebol cancelou oficialmente o jogo, citando a falta de garantias de segurança por parte das autoridades locais.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, usou as redes sociais para criticar a organização do evento. Em sua publicação, ele responsabilizou diretamente a Conmebol e a segurança do estádio pela escalada de violência.

“O que aconteceu em Avellaneda entre as torcidas do Independiente e da Universidad de Chile é errado em muitos aspectos, desde a violência nas arquibancadas até a evidente irresponsabilidade na organização”, escreveu Boric.

O presidente chileno demonstrou preocupação com os torcedores de seu país, que ficaram encurralados nas arquibancadas. Ele afirmou que o governo chileno está atuando, por meio da embaixada e de ministérios, para garantir atendimento médico, apurar a situação dos detidos e assegurar que seus direitos sejam respeitados.

O clima no Estádio Libertadores da América, em Avellaneda, começou a se deteriorar no início do segundo tempo. O placar favorecia os chilenos, que haviam vencido por 1 a 0 na ida e empatavam por 1 a 1 na volta.

A confusão se intensificou quando torcedores da Universidad de Chile invadiram um depósito de produtos de limpeza e começaram a jogar objetos como pedras e cabos de vassoura em direção aos torcedores argentinos. Em resposta, parte da torcida do Independiente invadiu o setor dos visitantes, causando um cenário de completo descontrole.

Fotos e vídeos mostraram torcedores feridos, um homem caindo de uma área elevada e cenas de pânico generalizado. Jogadores tentaram conter os ânimos, mas o conflito se agravou. A polícia, segundo a imprensa local, não agiu para conter o confronto.

A Conmebol divulgou nota oficial após o episódio. Segundo o comunicado, não havia condições de segurança para continuidade do jogo, e, por isso, a partida foi encerrada sem previsão de remarcação.

“A Diretoria de Competições e Operações da CONMEBOL anunciou que, devido à falta de garantias de segurança do clube local e das autoridades de segurança locais para garantir a continuidade da partida (...), a partida foi cancelada”, diz o trecho do comunicado.

Com o jogo suspenso, a entidade sul-americana agora deve encaminhar a decisão para seu departamento disciplinar, que determinará o desfecho da eliminatória.

Do lado argentino, o presidente do Independiente, Néstor Grindetti, afirmou que a responsabilidade pelo confronto foi da torcida visitante. Ele isentou o clube argentino e cobrou punição ao Universidad de Chile.

“Está claro que o começo e também a sequência do problema foi só de um público: torcedores da La U”, disse Grindetti, que também é chefe de gabinete de ministros da Cidade de Buenos Aires.

Segundo ele, o clube já acionou a Conmebol e vai trabalhar para se defender de eventuais sanções.

A direção do Universidad de Chile se manifestou nas redes sociais condenando os atos de violência e cobrando garantias à sua torcida. O clube demonstrou preocupação com os torcedores que foram feridos e declarou que cenas como as vistas no estádio "não podem se repetir em nenhum lugar".

A crise reforça a discussão sobre segurança nos estádios sul-americanos, especialmente em competições internacionais, e coloca em xeque a organização da Conmebol. Além do impacto esportivo, o episódio desencadeou um incômodo diplomático entre Chile e Argentina, com envolvimento direto do governo chileno.

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