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13 de novembro de 2025 - 17h35
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FRAUDE BANCÁRIA

PF apura fraude de R$ 7 milhões no FGTS de jogadores de futebol

Operação investiga esquema que envolvia advogada e funcionários da Caixa para saque indevido de fundo de atletas como Gabriel Jesus e Guerrero

13 novembro 2025 - 15h55Rodrigo Sampaio
Polícia Federal cumpre mandados na Caixa Econômica do Rio em investigação sobre fraude no FGTS de jogadores de futebol
Polícia Federal cumpre mandados na Caixa Econômica do Rio em investigação sobre fraude no FGTS de jogadores de futebol - Foto: Reprodução

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira (13), no Rio de Janeiro, a terceira fase da Operação Fake Agents, que investiga um esquema criminoso de saque indevido do FGTS de jogadores, ex-jogadores e treinadores de futebol. Segundo as investigações, o prejuízo estimado ultrapassa R$ 7 milhões.

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A ação foi realizada com o cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão, em endereços ligados a funcionários da Caixa Econômica Federal e em uma agência bancária no Centro da capital fluminense. Foram apreendidos celulares, computadores e documentos que, agora, passarão por perícia.

A investigação aponta que o esquema criminoso contava com o envolvimento direto de uma advogada, identificada como Joana Costa Prado, que teria articulado as fraudes em conjunto com contatos internos no banco estatal. Por conta da operação, a advogada teve a carteira da OAB suspensa. A reportagem segue tentando contato com a defesa de Joana, mas até o momento não houve manifestação pública.

Esquema começou com denúncia bancária - O caso veio à tona após a denúncia de um banco privado, que detectou uma movimentação suspeita: uma conta aberta com documentos falsos em nome de um jogador de futebol. A conta foi utilizada para receber valores indevidamente liberados pela Caixa, gerando um prejuízo de R$ 2,2 milhões. O atleta em questão é o atacante peruano Paolo Guerrero, ex-jogador de Corinthians, Flamengo e Internacional.

Segundo a PF, a fraude se estendia a diversos nomes de destaque no futebol brasileiro e internacional, com valores sacados sem autorização dos verdadeiros beneficiários. A lista de vítimas inclui:

Gabriel Jesus (Arsenal e ex-Palmeiras)

Ramires (ex-Palmeiras e Chelsea)

Alejandro Donatti (ex-Flamengo)

Titi (ex-Internacional e Vasco)

Raniel (ex-Santos e Vasco)

Obina (ex-Flamengo e Palmeiras)

Cueva (ex-São Paulo)

João Rojas (ex-São Paulo)

Paulo Roberto Falcão (ex-jogador e técnico)

Modus operandi envolvia falsificação e vazamento de dados - De acordo com os investigadores, o grupo usava documentos falsificados para abrir contas bancárias em nome dos atletas, nas quais os valores do FGTS eram depositados indevidamente. O saque, por sua vez, era feito rapidamente, antes que os verdadeiros titulares percebessem a movimentação.

Funcionários da Caixa estariam facilitando o acesso aos dados sigilosos dos jogadores, permitindo que a advogada e seus comparsas acessassem o saldo do FGTS e encaminhassem os pedidos fraudulentos de saque.

A PF afirma que os envolvidos poderão responder por crimes como:

Falsificação de documento público

Estelionato

Associação criminosa

Corrupção ativa e passiva

Lavagem de dinheiro

A Operação Fake Agents foi deflagrada com o apoio da área de inteligência e segurança da Caixa Econômica Federal, que participa ativamente da apuração. Segundo a PF, novas fases da operação não estão descartadas, e há expectativa de novos desdobramentos nas próximas semanas, incluindo possíveis prisões preventivas.

Essa é a terceira fase da investigação, que começou em 2022, com foco em fraudes similares praticadas contra ex-atletas e artistas. O objetivo da PF agora é identificar todos os integrantes do esquema e o destino do dinheiro desviado.

A ação chama atenção para a vulnerabilidade de dados em sistemas bancários e a atuação de quadrilhas especializadas em fraudar benefícios sociais e trabalhistas, mesmo quando vinculados a nomes de alto perfil do esporte.

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