
O Palmeiras entrou em um dos momentos mais delicados da temporada após sofrer duas derrotas consecutivas em jogos decisivos. No último domingo, o time foi superado por 3 a 2 pelo Flamengo, no Maracanã. Quatro dias depois, caiu por 3 a 0 diante da LDU, em Quito, no Equador, pela semifinal da Conmebol Libertadores. Foi a primeira vez, desde a chegada do técnico Abel Ferreira, que a equipe sofreu três gols em partidas consecutivas.
A queda de rendimento chamou a atenção pelo impacto direto na disputa dos principais títulos do ano. Além de ver sua liderança ameaçada no Brasileirão, o Palmeiras terá de buscar uma virada no jogo de volta contra a LDU para continuar sonhando com mais uma final continental.
Desfalque no gol e falhas individuais pesam - Uma das ausências mais sentidas nas duas partidas foi a do goleiro Weverton, fora de combate após sofrer uma fissura na mão direita. Com isso, Carlos Miguel, recém-contratado por 4 milhões de euros (cerca de R$ 25,3 milhões), assumiu a titularidade. Ainda sem entrosamento total com o sistema defensivo, o ex-corintiano sofreu seis gols nos dois jogos que disputou.
Além da troca no gol, falhas individuais também contribuíram para os tropeços. Contra o Flamengo, o zagueiro Bruno Fuchs e o volante Aníbal Moreno cometeram erros determinantes que resultaram em gols do adversário, mesmo em uma partida em que o Palmeiras teve boa atuação coletiva.
Na tentativa de corrigir os problemas, Abel Ferreira fez alterações importantes na escalação para o duelo com a LDU. Sacou Fuchs e Moreno e promoveu as entradas de Murilo e Emi Martínez. Também trocou Maurício por Raphael Veiga na armação das jogadas. As mudanças, no entanto, não surtiram efeito: o time foi dominado pelos equatorianos ainda no primeiro tempo e praticamente não levou perigo ao gol adversário.
Apesar do momento turbulento, o técnico Abel Ferreira se mostrou confiante na recuperação da equipe. “Demoramos muito para entrar no jogo, mas isso não tira o mérito do nosso adversário, que entrou muito forte. Não é a primeira vez que uma equipe brasileira sofre aqui na altitude”, afirmou.
Ele destacou a força da LDU e lembrou do histórico recente dos equatorianos, que já eliminaram Botafogo e São Paulo. “A LDU estava no grupo do Flamengo na primeira fase, eliminou Botafogo e São Paulo... não foi falta de aviso”, pontuou o treinador.
O técnico também reforçou a crença na virada, que será buscada na próxima quinta-feira (30), às 21h30, no Allianz Parque. “Temos 90 minutos no Allianz Parque. E 90 minutos é muito tempo”, disse.
Clássico decisivo no Brasileirão - Antes de reencontrar a LDU, o Palmeiras terá um confronto direto que pode definir os rumos do Campeonato Brasileiro. No domingo (27), às 20h30, a equipe recebe o Cruzeiro no Allianz Parque, em jogo válido pela 30ª rodada da competição.
O Verdão lidera o campeonato com 61 pontos, mesma pontuação do Flamengo, que tem uma vitória a menos (18 contra 19). O time carioca enfrenta o Fortaleza, penúltimo colocado, e pode assumir a liderança em caso de tropeço do Palmeiras.
O Cruzeiro, por sua vez, está na terceira colocação com 56 pontos. Mesmo em fase instável — com apenas uma vitória nas últimas cinco rodadas —, a equipe mineira ainda sonha com o título e pode se recolocar de vez na briga em caso de vitória fora de casa.
O cenário pressiona ainda mais o time de Abel Ferreira, que precisará administrar a tensão entre dois compromissos cruciais em menos de uma semana. A margem de erro é mínima.
O torcedor palmeirense, acostumado a um time seguro defensivamente, observa com preocupação o momento de instabilidade. Desde a derrota por 3 a 1 para o Botafogo no ano passado, o clube não sofria três gols em um único jogo — quanto mais em dois seguidos.
Com o Brasileirão em aberto e a vaga na final da Libertadores ameaçada, o Palmeiras terá que provar sua força e capacidade de reação dentro de casa. Serão duas decisões em menos de uma semana, e o desempenho nesses jogos pode definir o tom da temporada.

