
O Palmeiras anunciou que vai acionar o Flamengo na Justiça após o bloqueio de uma parcela de R$ 77 milhões referente ao acordo da Libra com a Globo. O valor corresponde a repasses proporcionais à audiência televisiva e foi bloqueado após decisão obtida pelo clube carioca na Justiça do Rio na última semana.

Em entrevista ao GE, confirmada pelo Estadão, a presidente alviverde Leila Pereira criticou a postura do rival e afirmou que a atual gestão rubro-negra, comandada por Luiz Eduardo Baptista (BAP), não conseguirá reabrir discussões sobre o contrato firmado em março deste ano.
“Se a atual gestão do Flamengo acha que, por meio desta ação na Justiça do Rio, conseguirá mudar o acordo assinado pelo presidente Landim, pode tirar o cavalinho da chuva. O Palmeiras não fará qualquer concessão nem reabrirá um assunto que já foi discutido exaustivamente e está encerrado”, disse Leila.
Ação judicial e críticas da Libra
Segundo a dirigente, os advogados do Palmeiras já analisam medidas para liberar os repasses e também buscar indenização pelos prejuízos. “Nós vamos, sim, buscar na Justiça uma indenização pelo prejuízo que a conduta individualista e predatória do Flamengo está causando ao Palmeiras e aos demais clubes da Libra. Não aceitamos a pressão que o Flamengo está fazendo”, reforçou.
No último sábado (27), o clube paulista já havia divulgado nota oficial classificando a ação rubro-negra como “predatória” e “torpe”, posicionamento acompanhado por outros membros da Libra, como São Paulo, Santos e Atlético-MG.
Atualmente, o bloco conta com ABC, Atlético-MG, Bahia, Brusque, Grêmio, Guarani, Paysandu, Red Bull Bragantino, Remo, Sampaio Corrêa, São Paulo, Santos, Vitória e Volta Redonda, além de Palmeiras e Flamengo.
O argumento do Flamengo
O Flamengo, por sua vez, defende que buscou a Justiça para evitar “prejuízos adicionais”, alegando que os critérios de divisão de receitas não refletem seu poder de geração de audiência.
Em entrevista à Flamengo TV neste ano, BAP afirmou que o clube não aceita ganhar apenas “três vezes mais” do que os times menores do bloco. O clube carioca também destaca que o estatuto da Libra prevê direito de veto a todos os associados nas decisões sobre divisão de receitas.
Entenda o contrato com a Globo
Em março de 2024, a Libra fechou acordo de R$ 1,17 bilhão com a Globo para o período de 2025 a 2029, além de 40% da receita líquida do pay-per-view (Première).
A divisão entre os clubes segue três critérios:
40% iguais para todos os membros da Série A;
30% por desempenho na tabela;
30% por audiência.
É justamente sobre este último ponto que reside a discordância. O Flamengo considera que os percentuais definidos pelo estatuto não são suficientes para refletir sua representatividade na audiência.
Sem acordo após meses de discussões, o clube optou pela via judicial, ampliando a crise dentro da Libra e elevando a pressão sobre os demais associados.
