Oscar Piastri mostrou que aprendeu rápido a importância de largar na primeira fila da Fórmula 1. Depois de perder a pole position para o companheiro de equipe Lando Norris no sábado (26), o australiano de 24 anos reagiu com autoridade no domingo (27), tomou a liderança ainda na primeira volta do GP da Bélgica e conquistou sua oitava vitória na carreira, a sexta na atual temporada.
Com a vitória em Spa-Francorchamps, Piastri não só consolidou seu excelente momento, como ampliou a liderança no Mundial de Pilotos. Agora, ele soma 16 pontos de vantagem sobre Norris, o segundo colocado na classificação.
Ultrapassagem decisiva e ritmo sólido
A corrida foi decidida logo no início. Mesmo largando em segundo, Piastri aproveitou a boa tração na saída da curva 1 para encostar em Norris. Na lendária sequência da Eau Rouge com a reta Kemmel, usou o vácuo com precisão e não desperdiçou a chance.
“Fiquei bastante decepcionado comigo mesmo depois de ontem, mas largar em segundo em Spa não foi tão ruim assim”, reconheceu. “Consegui uma boa saída da curva 1 e me aproximei. Tirei o pé o mínimo possível e foi o suficiente. Estou orgulhoso da minha primeira volta.”
Durante grande parte da prova, Piastri manteve uma vantagem confortável de 8 a 10 segundos sobre Norris. A diferença caiu nas voltas finais, quando o britânico, com pneus duros em melhores condições, conseguiu reduzir o prejuízo e cruzou a linha de chegada apenas 3s5 atrás.
Estratégia segura garante vitória
Mesmo com a aproximação de Norris, o australiano afirmou que a escolha pelo pneu médio — mais rápido, porém menos durável — foi feita de forma consciente.
“No resto da corrida, nos saímos muito bem, com um pouco de dificuldade no final. Talvez o pneu médio não tenha sido o melhor nas últimas cinco ou seis voltas, mas tivemos o controle e era exatamente isso que eu queria”, disse. “Você nunca sabe se alguém vai bater e haverá um safety car, então acaba preferindo o médio. Fizemos o que era mais seguro.”
Reconhecimento e respeito entre companheiros
Lando Norris, que havia vencido a pole e tentava sua terceira vitória na temporada, reconheceu o mérito do companheiro de equipe.
“Oscar fez um bom trabalho, acreditou um pouco mais na Eau Rouge do que eu, pegou o vácuo e ultrapassou. Não tenho nada a reclamar, não podia fazer mais nada após isso”, admitiu. “Gostaria de ter vencido, mas o Oscar mereceu hoje.”
A McLaren, que já vinha demonstrando evolução desde a temporada passada, confirma com o bom desempenho de seus pilotos que tem um dos carros mais competitivos do grid em 2025.
Próxima parada: Hungria, palco da primeira vitória
Motivado pela liderança ampliada, Oscar Piastri já projeta o próximo desafio no calendário: o GP da Hungria, marcado para o próximo fim de semana. O circuito de Hungaroring traz boas lembranças para o piloto, que venceu pela primeira vez na Fórmula 1 justamente lá, em 2024.
“Vai ser emocionante voltar. É uma pista que eu gosto e palco da minha primeira vitória no ano passado, então estou ansioso para voltar e espero que possamos manter o ritmo, que tem sido incrivelmente forte”, afirmou.
Com consistência, inteligência estratégica e frieza ao volante, Piastri consolida-se como um dos protagonistas da temporada e ameaça transformar a disputa pelo título em um domínio pessoal — algo que parecia improvável no início do ano, com a presença de nomes como Verstappen, Leclerc e o próprio Norris na briga.
