
O Operário Futebol Clube, tradicional equipe de Campo Grande, completa 85 anos de fundação nesta segunda-feira (21), tendo suas raízes firmemente plantadas nas classes trabalhadoras da capital sul-mato-grossense. Criado no longínquo ano de 1938, sob a liderança inspiradora do pintor Plínio Bittencourt, o clube nasceu com a nobre aspiração de democratizar o esporte que, à época, era reservado aos mais afortunados.

A caminhada do Operário para a profissionalização foi pavimentada nos anos 70. No último ano daquela década, 1979, o clube conquistou o primeiro de doze campeonatos estaduais. Tal feito se repetiria em anos subsequentes, solidificando sua hegemonia regional. O alcance de sua influência e sucesso também foi sentido no futebol feminino, com as campeãs estaduais em 2021 e 2022.
1977, entretanto, ocupa um pedestal especial na galeria de memórias do Operário. Sob o comando de Carlos Castilho, bicampeão mundial, e com a presença de Manga, um dos mais talentosos goleiros que o Brasil já produziu, o time avançou destemidamente até a semifinal do Brasileirão. O sonho foi interrompido pelo São Paulo, que mais tarde se coroaria campeão.
Com Manga debaixo das traves, equipe de 1977 enfrentou o São Paulo na semifinal do Campeonato Brasileiro (Foto: Site Operário-MS)
A realidade do Operário, porém, está longe do que espera a torcida. Campeão estadual em 2022, a temporada começou com a expectativa de buscar acesso na Série D do Brasileiro e manter o domínio local. Perdeu a decisão do estadual para o Costa Rica EC, foi eliminado na primeira fase da Copa Verde pelo Tocantinópolis-TO e caiu na primeira fase do Brasileiro. De bom, a classificação na primeira fase da Copa do Brasil, eliminando o xará Operário Ferroviário-PR, o que garantiu mais de R$ 700 mil no cofre do clube. Em seguida, foi goleado pelo CRB-AL e eliminado.
Em 2023, o clube enfrentou sua segunda Série D — a primeira disputa foi em 2019. Apesar de terminar em oitavo no grupo, a experiência foi vista pelo presidente, Coronel Nelson Antonio, como fundamental para o futuro.
"A nossa participação na Série D deste ano nos ensinou muito, sobretudo sobre a importância da estrutura. Precisamos de locais adequados para treinar e jogar se quisermos continuar a sonhar alto," afirma o presidente.
Com olhos brilhantes e tom apaixonado, Coronel Nelson Antonio reflete sobre a magnitude de liderar o clube: "Ser presidente do Operário é uma imensa responsabilidade. Cresci torcendo para este time e testemunhei nossos dias de glória. Agora, tenho a missão de ajudar a escrever os próximos capítulos dessa rica história e reconquistar nosso lugar no panorama do futebol brasileiro."
No aniversário de 85 anos, o Operário Futebol Clube não é apenas um testemunho do passado, mas uma entidade viva e pulsante, pronta para novos desafios e conquistas.
