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MARATONA

O retorno da corrida: seis anos depois, Campo Grande recebe novamente o Circuito CAIXA

O circuito de corridas mais tradicional do Brasil retorna à capital sul-mato-grossense após um intervalo forçado.

10 setembro 2024 - 14h03Ricardo Eugenio
Corredores na quarta etapa do Circuito em Salvador, no domingo (8).
Corredores na quarta etapa do Circuito em Salvador, no domingo (8). - (Fernanda Paradizo / HT Sports)

Seis anos se passaram desde que corredores de todas as partes do Brasil cruzaram a linha de chegada no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Na época, o país ainda não havia sido sacudido pela pandemia, e o que poderia ter sido mais um ciclo de provas de rua chegou a um hiato inesperado. Agora, em 2024, o Circuito de Corridas CAIXA está de volta, renovado, mas em um cenário que parece familiar – como um velho conhecido que retorna com novidades, mas carrega nas costas o peso de uma longa ausência.

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A data já está marcada: 13 de outubro, domingo, será o dia em que corredores, amadores e profissionais, voltarão a percorrer os 5 ou 10 quilômetros no tradicional percurso plano do parque. Seis anos atrás, Valdir Sérgio de Oliveira, brasileiro, venceu a prova masculina, enquanto a etíope Meseret Merine, como tantas outras corredoras africanas antes dela, dominou com facilidade a competição feminina. Mas, naquela época, poucos sabiam que aquele seria o último circuito em Campo Grande por um longo tempo.

Voltar a correr – mas o que mudou? Desde então, o mundo mudou de maneiras que talvez nem os mais otimistas corredores poderiam imaginar. As ruas ficaram vazias, mas não pelos motivos habituais. O esporte, que une multidões, foi paralisado, como tantas outras atividades. O Circuito de Corridas CAIXA, um dos maiores e mais tradicionais do país, interrompeu suas atividades. Foram 15 anos consecutivos, 143 provas realizadas em várias cidades brasileiras, mais de 316 mil participantes correndo lado a lado. E, de repente, em 2018, a pandemia desligou os cronômetros.

Agora, em 2024, o circuito voltou às ruas brasileiras e, em outubro, desembarca em Campo Grande, retomando de onde parou. O Parque das Nações Indígenas, com seus lagos artificiais e amplas áreas verdes, será novamente palco de milhares de passos ritmados, de respirações ofegantes e da adrenalina que acompanha qualquer corrida, seja ela competitiva ou puramente recreativa.

Quanto custa correr? Os corredores que quiserem participar deste reencontro histórico com as ruas podem escolher entre dois tipos de inscrição. O Kit Popular, que custa R$ 89, inclui número de peito, chip de cronometragem (que marca o tempo oficial da corrida) e uma medalha de participação, que simboliza mais um desafio vencido. Para quem deseja uma experiência um pouco mais completa, o Kit Caixa, por R$ 129, vem com uma camiseta e uma meia, além dos itens do Kit Popular. As inscrições podem ser feitas online, e os valores são válidos para o primeiro lote. Ah, e vale a dica: clientes Caixa têm 20% de desconto no valor da inscrição, e os corredores com mais de 60 anos pagam metade do preço.

Circuito CAIXA: tradição e resistência - O Circuito de Corridas CAIXA nasceu em 2004, quando o Brasil vivia uma onda de valorização do esporte. O formato é simples: várias etapas em diferentes cidades, sempre com distâncias que variam entre 5K e 10K. O conceito é inclusivo: qualquer pessoa pode se inscrever, não importa se é uma maratonista experiente ou alguém que começou a correr no ano passado, incentivado por vídeos motivacionais na internet. Correr é democrático.

E, em um país onde a prática de esportes de rua nem sempre é valorizada, o Circuito CAIXA conseguiu se consolidar como um dos eventos mais importantes do calendário de corridas. Desde o início, as provas reuniram corredores de todos os tipos, desde aqueles que competem com metas ambiciosas, até os que veem na corrida uma forma de fugir da rotina e cuidar da saúde.

A pandemia e o silêncio das ruas - Mas, como tantas outras tradições, o Circuito de Corridas CAIXA teve que parar em 2018, junto com o resto do mundo. A pausa, forçada pela pandemia, trouxe um silêncio inesperado às ruas que, antes, ecoavam o som dos passos rápidos dos corredores. O esporte foi um dos setores mais impactados, e os eventos de grande porte, como o circuito, ficaram em stand-by.

Agora, com a retomada das atividades em 2024, o circuito passa por 10 cidades do país. Além de Campo Grande, estão no roteiro Goiânia, São Paulo, Palmas e Vitória, entre outras. O objetivo é reavivar a energia de um evento que foi mais do que uma simples competição: tornou-se parte do calendário de muitos brasileiros, criando uma cultura em torno das corridas de rua.

Correr para se reconectar - É um retorno esperado. Para muitos, o evento representa mais do que a corrida em si. Depois de anos de distanciamento, as provas são um reencontro com a vida pré-pandemia, uma oportunidade de cruzar a linha de chegada não só de uma corrida, mas de um período de isolamento. As ruas de Campo Grande estarão, mais uma vez, repletas de corredores em busca de suas melhores marcas – ou apenas de um momento para respirar fundo e sentir o ar fresco do Parque das Nações Indígenas.

E enquanto o sol de outubro brilhar sobre as árvores e os lagos artificiais do parque, muitos lembrarão que, há seis anos, essas mesmas ruas foram o palco de outra geração de corredores, cada um com suas metas, cada um com seus desafios. Agora, novos corredores, e alguns dos antigos, estão prontos para reescrever essa história.

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