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MP denuncia Andrés Sanchez e diretor do Corinthians por apropriação indébita e lavagem de dinheiro

Ex-presidente e dirigente são acusados de usar cartões corporativos do clube para despesas pessoais; promotor cita também falsidade documental e possível sonegação fiscal

15 outubro 2025 - 10h55Rodrigo Sampaio
Andrés Sanchez foi denunciado no Ministério Público em investigação a respeito do uso de cartões corporativos do Corinthians.
Andrés Sanchez foi denunciado no Ministério Público em investigação a respeito do uso de cartões corporativos do Corinthians. - (Foto: Helvio Romero/Estadão)

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou o ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, e o diretor financeiro Roberto Gavioli pelos crimes de apropriação indébita e lavagem de dinheiro. Além disso, Andrés também é investigado por falsidade de documento tributário e por acréscimos patrimoniais ilícitos.

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A denúncia foi apresentada nesta quarta-feira (15) pelo promotor Cássio Roberto Conserino, responsável pela apuração de gastos irregulares no clube entre 2018 e 2025, durante coletiva no Fórum da Barra Funda, em São Paulo. Segundo o MP, os dois deverão ressarcir R$ 480 mil ao Corinthians, além de indenização por danos morais.

“Trata-se de denúncia com dois crimes antecedentes: apropriação indébita de cartões corporativos e falsidade de documentos fiscais e tributários. Também há possibilidade de crime de sonegação fiscal”, afirmou Conserino.

Em agosto, a 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores autorizou a quebra de sigilo dos cartões corporativos do clube e do Oliveira Minimercado, suspeito de emitir notas fiscais frias. O MP aponta que o cartão do Corinthians foi usado como se fosse pessoal, com compras em lojas de luxo, drogarias, postos de combustível e duty free.

“O cartão empresarial era utilizado como se fosse privado. O dinheiro é do Corinthians, não de quem ocupava o cargo”, destacou o promotor.

De acordo com a investigação, Andrés Sanchez teria feito compras de relógios, roupas de grife, combustível e aplicativos com o cartão corporativo. Já Gavioli é acusado de omissão, por não fiscalizar os gastos e deixar de apresentar relatórios à diretoria.

O MP também informou que vai analisar notas fiscais ligadas ao ex-presidente Duílio Monteiro Alves. O motorista de Duílio, Denilson Grilo, será ouvido em depoimento no dia 23 de outubro.

Entenda o caso

A investigação teve início em agosto, após uma reportagem do GE revelar movimentações suspeitas durante a gestão de Duílio Monteiro Alves. Em apenas uma semana de outubro de 2023, o Corinthians gastou R$ 32,5 mil no Oliveira Minimercado, local onde, segundo o MP, não havia atividade comercial.

As despesas incluíam cerveja, carnes, sorvetes, produtos de limpeza, flores, ração animal e até brinquedos. Em nota na época, Duílio afirmou que os documentos foram divulgados de forma política e pediu acesso aos comprovantes para verificar sua autenticidade.

O uso irregular dos cartões corporativos veio à tona meses antes, em junho de 2023, após o vazamento de faturas nas redes sociais. Andrés admitiu ter usado o cartão por engano durante uma viagem de Réveillon, alegando confusão com o cartão pessoal, e disse ter ressarcido o clube em R$ 15 mil.

Em julho, o Corinthians registrou boletim de ocorrência após constatar o sumiço de documentos financeiros. A falta dos registros foi percebida depois que Romeu Tuma Jr., presidente do Conselho Deliberativo, determinou a preservação de documentos dos últimos sete anos.

O desaparecimento ocorreu em meio a uma crise interna no clube, marcada por conflitos e pela tentativa do então presidente afastado Augusto Melo de retomar o cargo. Ele também é denunciado pelo MP por lavagem de dinheiro, furto qualificado e organização criminosa no Caso Vai de Bet, e nega todas as acusações.

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