
A Polícia Civil de São Paulo indiciou nesta quarta-feira (13) Gabriel de Oliveira Vieira, de 32 anos, por envolvimento no ataque à Academia de Futebol do Palmeiras, ocorrido na madrugada do último domingo (10). Motorista de aplicativo e ex-integrante da torcida organizada Mancha Alviverde, Gabriel admitiu ter dirigido o carro que transportou os demais participantes da ação.

O ataque aconteceu na sede do clube, localizada na Barra Funda, zona oeste da capital paulista. Na ocasião, vários homens lançaram rojões e fogos de artifício em direção ao portão principal do centro de treinamento. Jogadores e funcionários estavam no local, mas ninguém ficou ferido.
Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP), Gabriel foi identificado durante as investigações conduzidas pela 6ª Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade). O veículo utilizado na ação, que havia sido alugado, foi localizado e apreendido pela polícia.
Em nota enviada ao Estadão, a SSP informou:
"Durante as apurações, as equipes da unidade localizaram o veículo utilizado na ação. O locatário foi conduzido à delegacia e confessou ter participado do ataque, atuando como condutor do automóvel. Ele foi indiciado e responderá em liberdade. Diligências prosseguem visando o total esclarecimento dos fatos."
Gabriel foi abordado pela polícia nas ruas e levado à delegacia para prestar depoimento. Ele não revelou a identidade dos demais envolvidos no caso, afirmando apenas que os conheceu em um bar, na noite anterior ao ocorrido. A reportagem ainda tenta contato com a defesa do suspeito.
De acordo com apurações, Gabriel tem histórico de envolvimento em brigas de torcida nos estádios. Apesar disso, responderá ao processo em liberdade.
A investigação segue em curso para identificar todos os participantes da ação.
Entenda o caso
Na madrugada do dia 10 de agosto, câmeras de segurança registraram um grupo de homens atirando artefatos explosivos contra a Academia de Futebol do Palmeiras. A sede do clube estava ocupada por jogadores e funcionários, que se preparavam para a partida contra o Ceará, válida pelo Campeonato Brasileiro.
Imagens do circuito de monitoramento ajudaram a polícia na identificação do veículo utilizado, um automóvel alugado que foi apreendido. Com base nas informações, a polícia localizou e conduziu Gabriel à delegacia.
Diante do episódio, o Palmeiras enviou uma petição à Polícia Civil pedindo investigação rigorosa e sugerindo possível envolvimento da Mancha Alviverde. A solicitação foi acolhida pela Drade, que abriu inquérito para apurar os fatos.
Apesar do histórico de envolvimento com torcidas organizadas, Gabriel afirmou que não conhecia os outros integrantes do grupo até a noite do ataque, e que teria sido convidado no bar onde estavam reunidos.
O caso reacende o debate sobre a violência de torcedores organizados e a segurança nos entornos dos centros de treinamento dos clubes brasileiros. A diretoria do Palmeiras, até o momento, não se pronunciou oficialmente sobre o andamento das investigações.
