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ESPORTE

Ministro da Espanha apoia exclusão de equipe israelense da Volta após protestos pró-Palestina

José Manuel Albares disse que compreenderia retirada da Israel Premier Tech, alvo de manifestação que cancelou etapa em Bilbao

5 setembro 2025 - 10h40
Organização cancela 11ª etapa da Volta da Espanha devido à presença de manifestantes pró-Palestina
Organização cancela 11ª etapa da Volta da Espanha devido à presença de manifestantes pró-Palestina - (Foto: Tim de Waele/Getty Images)
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O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, declarou nesta quinta-feira (4) que apoiaria a exclusão da equipe Israel Premier Tech da Volta da Espanha, uma das provas mais tradicionais do ciclismo mundial. O time foi alvo de um protesto pró-Palestina que interrompeu a competição nesta semana.

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“Compreenderia e seria a favor [da retirada da equipe]. Temos que enviar uma mensagem a Israel e à sociedade israelense de que a Europa só pode ter relações normais quando os direitos humanos forem respeitados”, disse Albares em entrevista à rádio nacional espanhola RNE.

O ministro ressaltou, no entanto, que seu governo não tem poder para determinar a saída da equipe.

Na quarta-feira (3), manifestantes tomaram as ruas de Bilbao, no norte do país, carregando bandeiras da Palestina e cartazes pró-palestinos. Eles empurraram barreiras metálicas no trecho final da etapa, o que gerou risco de invasão da pista e de acidentes envolvendo ciclistas em alta velocidade.

A organização cancelou a prova a cerca de 10 km do fim. Em comunicado, a Volta afirmou respeitar o direito ao protesto, mas destacou que não toleraria ações que colocassem em risco a segurança dos atletas.

O diretor técnico da competição, Kiko Garcia, afirmou que a Israel Premier Tech deveria considerar abandonar a corrida ou que a União Ciclística Internacional (UCI) deveria intervir para evitar novos protestos.

“Alguém terá que decidir se protegemos um evento internacional como a Vuelta ou se protegemos uma equipe”, disse García.

A equipe israelense, porém, declarou que não desistirá: “Qualquer outra medida cria um precedente perigoso no ciclismo, não apenas para a Israel Premier Tech, mas para todas as equipes”, afirmou em nota.

A UCI condenou o episódio, destacando que o esporte deve aproximar pessoas e “não pode ser usado como ferramenta de punição”.

A causa palestina tem amplo apoio na Espanha, inclusive por parte do governo de esquerda, que reconheceu oficialmente o Estado palestino em 2023.

Na quinta-feira (4), a corrida seguiu sem incidentes na região da Cantábria. Após 12 etapas, o líder da Volta da Espanha é o dinamarquês Jonas Vingegaard, campeão da Volta da França.

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