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16 de dezembro de 2025 - 17h15
maracaju
CRISE NO SÃO PAULO

Médico do São Paulo indicou fornecedor ilegal de Mounjaro para jogadores

Investigação revela que profissional do centro de tecnologia do clube sugeriu compra de fármaco importado proibido pela Anvisa e com preço superfaturado.

16 dezembro 2025 - 15h20
O centro de tecnologia TecFut, gerido por Rauen dentro do CT do São Paulo, é o foco da apuração interna do clube.
O centro de tecnologia TecFut, gerido por Rauen dentro do CT do São Paulo, é o foco da apuração interna do clube. - (Foto: Divulgação/São Paulo)
Terça da Carne

O departamento médico do São Paulo Futebol Clube está no centro de uma investigação após a revelação de que o médico Eduardo Rauen, responsável pelo centro de tecnologia e ciência do clube (TecFut), indicou um fornecedor irregular do medicamento Mounjaro para atletas. O caso, revelado nesta terça-feira (16), aponta graves violações das normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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Irregularidades e preço superfaturado - O esquema envolvia a comercialização do Mounjaro importado por meio de uma pessoa física, ambas as práticas proibidas pela legislação brasileira. O fornecedor indicado cobrava R$ 5.599 por unidade, valor significativamente superior ao praticado em farmácias regulares, onde o medicamento custa entre R$ 1.523 e R$ 4.067, dependendo da dosagem e da carga tributária estadual.

Pelo menos dois jogadores utilizaram a "caneta emagrecedora" durante a temporada de 2025. O diferencial do caso está na suspeita de que a origem ilícita do fármaco possa ter comprometido a segurança dos atletas, o que levou a diretoria são-paulina a abrir uma apuração interna urgente.

O uso no esporte e a lei - Embora o Mounjaro tenha sido aprovado pela Anvisa para emagrecimento em junho de 2025 (anteriormente era indicado apenas para diabetes tipo 2), seu uso é restrito a pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) elevado e comorbidades. No ambiente de alta performance do futebol, o uso dessas substâncias levanta debates sobre saúde e ética médica.

Em nota, o São Paulo afirmou ter agido dentro das normas e negou que o uso do medicamento tenha relação direta com o alto índice de lesões que prejudicou o time no ano. Já o médico Eduardo Rauen declarou que sua atuação se limitou à avaliação clínica e que não fará novos comentários, amparando-se no sigilo profissional.

A Anvisa proíbe a compra de medicamentos de pessoas físicas e a importação direta de versões não registradas no país por questões de segurança biológica e controle de procedência. Sem o selo da agência, não há garantia de que o produto tenha sido armazenado sob refrigeração adequada ou que seu conteúdo seja autêntico, colocando em risco a carreira e a vida dos profissionais envolvidos.

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