
O Lyon, tradicional clube francês, abriu uma investigação interna para apurar cobranças milionárias relacionadas a “transferências fantasmas” de jogadores ligados ao Botafogo durante o período em que ambos os clubes eram gerenciados por John Textor, através da empresa Eagle Football Holdings.
Segundo apurado, o clube teria sido cobrado por transações de cinco atletas — Igor Jesus, Luiz Henrique, Savarino, Thiago Almada e Jair Cunha — que teriam gerado receitas antecipadas por meio de uma empresa de investimentos. Contudo, nenhuma dessas transferências foi oficialmente registrada na Liga Profissional de Futebol da França. Dos cinco jogadores, apenas Almada chegou a ser inscrito pelo Lyon, mas não chegou a atuar com regularidade.
As cobranças agora recaem sobre o clube francês, que recebeu os valores de forma antecipada, mas nunca concretizou a maior parte das contratações. O caso elevou a dívida declarada do Lyon em aproximadamente 120 milhões de euros, valor que está sendo exigido com acréscimos de juros.
Legado da gestão Textor volta ao centro das atenções - O episódio é considerado mais um reflexo dos problemas administrativos herdados da passagem de John Textor pela presidência do Lyon. O empresário norte-americano, que também é controlador da SAF do Botafogo, se afastou da gestão do clube francês em junho, após uma série de decisões controversas e uma crise financeira que chegou a provocar o rebaixamento administrativo do time — posteriormente revertido na Justiça.
A nova diretoria tenta agora desvincular o Lyon das operações suspeitas e reorganizar as contas. Parte da crítica à antiga gestão envolve justamente o modelo de multipropriedade adotado pela Eagle Football Holdings, que geria simultaneamente clubes de diferentes países, o que pode ter provocado conflitos de interesse e desequilíbrios financeiros.
Empresa de investimentos cobra Lyon por negociações não realizadas - A empresa responsável pelas cobranças teria antecipado valores com base em contratos firmados na expectativa de repasse de atletas. Como as transferências não ocorreram, o Lyon passou a ser alvo de cobrança com base nos compromissos assumidos, apesar de não ter recebido os jogadores esperados.
O caso, tratado internamente como grave, acendeu um alerta na diretoria francesa, que busca entender como os contratos foram firmados, por quem, e sob quais garantias. As transações não constam nos registros oficiais da federação francesa, o que reforça as suspeitas de que possam ter sido operadas de forma irregular.
Botafogo e Lyon ainda pertencem ao mesmo grupo - Embora John Textor não seja mais o presidente do Lyon, a Eagle Football ainda detém o controle do clube francês, assim como da SAF do Botafogo. A conexão direta entre as duas gestões coloca em foco a forma como as finanças e operações esportivas foram conduzidas, especialmente em relação à movimentação de ativos entre os clubes.
As investigações no Lyon devem seguir nas próximas semanas. Há expectativa de que novas informações sobre a movimentação dos contratos sejam divulgadas, além da eventual responsabilização de dirigentes e consultorias envolvidas nas operações.

