
Liberty Media, atual dona da Fórmula 1, teve sua proposta de aquisição da MotoGP aprovada pela Comissão Europeia sem restrições. Com o aval, anunciado nesta segunda-feira (24), o grupo americano dá o passo final para fechar o acordo que garante o controle de 84% da Dorna Sports, empresa responsável pelos direitos comerciais da principal categoria de motovelocidade do mundo.

A transação, avaliada em cerca de 4 bilhões de euros (aproximadamente R$ 25,4 bilhões), marca um novo capítulo para a MotoGP. A Liberty projeta concluir o negócio até 3 de julho e promete expandir o alcance da categoria com uma estratégia semelhante à aplicada na Fórmula 1.
“O esporte e a marca têm um potencial de crescimento significativo”, afirmou Derek Chang, presidente e CEO da Liberty Media, em nota oficial. “Vamos buscar ampliar a conexão com os fãs já existentes e atrair novos públicos em todo o mundo.”
O aval da Comissão Europeia vem após meses de análise. O processo chegou a ser paralisado em dezembro de 2024, quando o órgão europeu abriu uma investigação para avaliar se a fusão poderia causar concentração de mercado e elevar os custos de direitos de transmissão para TVs e plataformas de streaming. Ao final da apuração, a Comissão concluiu que não havia riscos à concorrência no setor e liberou o negócio sem imposições.
A aquisição da MotoGP segue a mesma linha de atuação da Liberty Media na Fórmula 1, adquirida em 2017. Desde então, a F1 passou por uma reestruturação comercial e de imagem que ampliou sua presença digital, fortaleceu a base de fãs e aumentou o número de etapas globais no calendário. O sucesso foi potencializado pelo crescimento da audiência em plataformas como Netflix, com a série “Drive to Survive”.
Com a entrada na MotoGP, a Liberty pretende repetir esse modelo, investindo em tecnologia, engajamento de fãs e parcerias comerciais mais amplas.
Apesar da mudança no controle acionário, a estrutura de comando da MotoGP permanecerá a mesma. Carmelo Ezpeleta, CEO da Dorna Sports desde os anos 1990, seguirá à frente da organização. Já o conselho da empresa passará a contar com a presença de Chase Carey e Sean Bratches, executivos que lideraram o processo de renovação da Fórmula 1 após sua compra pela Liberty Media.
A expectativa é de que a MotoGP aproveite essa nova fase para ampliar o calendário, reforçar sua presença em mercados emergentes e explorar novas formas de transmissão e interação com o público.
