
A manhã deste domingo (17) foi marcada por celebração, união e identidade cultural no Parque do Sóter, em Campo Grande. A cidade sediou a 18ª edição dos Jogos Urbanos Indígenas, reunindo quase 800 atletas de 18 comunidades indígenas da capital. O evento, realizado pela Prefeitura de Campo Grande, por meio da Fundação Municipal de Esportes (Funesp) e da Subsecretaria de Defesa dos Direitos Humanos (SDHU), teve como propósito promover o fortalecimento da cultura indígena em contexto urbano por meio do esporte.

Com competições que começaram às 8h, os participantes disputaram provas de arco e flecha, corrida, cabo de guerra, futebol society e futsal, em modalidades tanto masculinas quanto femininas. Muito além da competição, os jogos representaram um importante momento de valorização das tradições indígenas e reforço do sentido comunitário entre as aldeias urbanas da capital sul-mato-grossense.
Fortalecimento da cultura e da convivência
Para o diretor-presidente da Funesp, Sandro Benites, os jogos são uma demonstração clara do compromisso da prefeitura com a promoção de ações que respeitam e fortalecem a cultura dos povos originários.
“É uma alegria e honra imensa poder oferecer aos povos originários um dia de confraternização, esporte e lazer. Essa é uma iniciativa muito importante da Prefeitura de Campo Grande, que tem se dedicado a proporcionar momentos de união, valorizando a cultura, o esporte e o fortalecimento das nossas comunidades indígenas”, declarou.
O sentimento de gratidão também foi compartilhado pelos próprios representantes das comunidades. O cacique Josivaldo, da Comunidade Inamaty Kaxe – Novo Dia, destacou o valor simbólico da reunião:
“Aqui no contexto urbano da capital, em Campo Grande, somamos 18.480 indígenas. A cada uma vez ao ano, conseguimos reunir os atletas de todas as comunidades para que possamos nos celebrarmos. Em pleno domingo com a família, podendo rever os amigos e parentes. Uma forma também de levarmos a nossa cultura de geração em geração. Agradecemos à prefeitura pela oportunidade de podermos estar aqui, neste domingo”.
Identidade indígena no centro da capital
O cacique Josias Jordão Ramires, da Comunidade Marçal de Souza, reforçou que os jogos vão além da prática esportiva e refletem uma ação de resistência cultural em pleno ambiente urbano:
“A importância desses jogos é o fortalecimento entre as comunidades em contexto urbano. Sabemos que somos 24 comunidades nas sete regiões de Campo Grande. Aqui está acontecendo o fortalecimento da cultura e das modalidades tradicionais. É um momento também de unificação entre os povos”.
A vice-prefeita Camilla Nascimento, presente na abertura oficial, exaltou o simbolismo do encontro, pontuando que a iniciativa expressa representatividade cultural, social e comunitária.
“Essa reunião de todos aqui vai muito além de competição e de esporte, isso é representatividade. Representatividade de cultura, social, respeito e integração. As gerações reunidas num momento como esse, enriquece e engrandece a identidade de cada um de vocês que nos honra com este dia”.
Diversidade nas provas e espírito comunitário
Durante o evento, o público pôde acompanhar momentos de intensa participação coletiva, com destaque para o cabo de guerra, que reuniu competidores de todas as idades, e para as provas de arco e flecha e lança, que simbolizam tradições históricas das culturas indígenas presentes na região.
Com o apoio das secretarias municipais envolvidas, a estrutura ofereceu também suporte logístico, alimentação e espaço de acolhimento para as comunidades participantes, demonstrando o empenho em proporcionar um ambiente respeitoso, inclusivo e funcional.
Política pública com impacto real
Além de ser uma ação de valorização cultural, os Jogos Urbanos Indígenas de Campo Grande também refletem o esforço da gestão municipal em desenvolver políticas públicas voltadas para os povos originários em contexto urbano. A presença de lideranças políticas e comunitárias no evento reforçou o compromisso em criar espaços permanentes de escuta e inclusão dessas populações.
