
O Inter Miami, adversário do Palmeiras nesta segunda-feira (24) no Mundial de Clubes, deixou de ser apenas mais uma franquia da Major League Soccer (MLS). Desde a contratação de Lionel Messi, em julho de 2023, o clube da Flórida se tornou um dos principais centros de atenção do futebol mundial. A vitória recente sobre o Porto, por 2 a 1, quebrou um jejum de 12 anos sem vitórias de clubes americanos contra europeus e reforçou a ascensão meteórica do time.

Criado em 2018 e com seu primeiro jogo oficial apenas em 2020, o Inter Miami nasceu cercado de ambição. Tinha como rosto mais conhecido o ex-jogador inglês David Beckham, um dos donos da franquia. Mas quem de fato colocou capital pesado no projeto foram os irmãos Jorge e José Mas, empresários bilionários do setor de infraestrutura nos Estados Unidos.
Com sede em Fort Lauderdale, o time rapidamente se tornou um celeiro de estrelas. Antes de Messi, passaram pelo elenco nomes como Gonzalo Higuaín, Sergio Busquets, Jordi Alba e, mais recentemente, Luis Suárez. Todos eles com histórico de parceria com o camisa 10 na época de Barcelona. O técnico atual é Javier Mascherano, outro ex-companheiro e amigo do argentino.
Lionel Messi, capitão do Inter Miami, enfrentará o Palmeiras nesta segunda no Mundial de Clubes Foto: Rebecca Blackwell/AP
Classificação polêmica ao Mundial - A vaga no Mundial de Clubes da Fifa veio de forma controversa. O Inter Miami foi beneficiado por uma regra que permitiu sua classificação por meio do título da temporada regular da MLS — o chamado Supporters’ Shield de 2024. A medida foi interpretada por parte da imprensa internacional como uma manobra para garantir a presença de Messi no torneio, aumentando a atratividade da competição.
“O Messi no Mundial faz sentido. O modo como chegou lá é que não”, publicou o site The Athletic, ligado ao New York Times.
Messi recebe um dos maiores salários do futebol mundial, mesmo sem ter aceitado a proposta bilionária de clubes árabes. Segundo estimativas, o craque ganha cerca de US$ 40 milhões (R$ 220 milhões) por temporada, mas esse número pode ultrapassar os US$ 60 milhões (R$ 330 milhões) com bônus e acordos de marketing.
O camisa 10 ainda tem participação nos lucros de duas gigantes: Apple e Adidas, patrocinadoras da liga americana. E, ao fim da carreira, poderá adquirir parte das ações do próprio Inter Miami — modelo semelhante ao que Beckham usou quando se aposentou no Los Angeles Galaxy e fundou o clube.
Bilionário por trás dos bastidores - Se Beckham é a imagem midiática do clube, Jorge Mas é o responsável pelos investimentos. Com fortuna estimada em US$ 2,7 bilhões (R$ 15 bilhões), o empresário de origem cubana comanda a MasTec, empresa do ramo de infraestrutura avaliada em mais de R$ 12 bilhões.
Discreto, Mas sempre atuou nos bastidores até que a chegada de Messi colocou sua família sob os holofotes. Em 2022, ele e o irmão também se tornaram acionistas majoritários do Real Zaragoza, da segunda divisão espanhola. “Sou torcedor do Real Madrid, mas mudei minha lealdade com o Zaragoza”, disse em entrevista ao El País.
A presença de Messi transformou o Inter Miami em um fenômeno de mídia e negócios. Celebridades americanas, como atores e estrelas da NBA, passaram a frequentar os jogos do clube. A camisa 10 foi a mais vendida da temporada 2023 na MLS. E o interesse mundial pela liga cresceu exponencialmente desde a chegada do argentino.
Embora o futebol ainda não seja o esporte mais popular nos Estados Unidos, a chamada "Messi-mania" mostrou força. Nos últimos meses, o Inter Miami saiu da irrelevância para se tornar uma das franquias mais comentadas do futebol global, atraindo investimentos, audiência e novos torcedores.
