O nadador brasileiro Guilherme Caribé, de 22 anos, ficou muito próximo de conquistar uma medalha no Mundial de Esportes Aquáticos, disputado em Cingapura. Na final dos 100 metros livre, realizada nesta quinta-feira (31), o atleta terminou a prova na quarta colocação, com o tempo de 47s35, sua melhor marca na competição.
A prova foi vencida pelo romeno David Popovici, que nadou os 100 metros em 46s51, estabelecendo um novo recorde de campeonatos mundiais. A prata ficou com o americano Jack Alexy, que marcou 46s92, enquanto o australiano Kyle Chalmers completou o pódio, com 47s17.
Caribé chegou a virar os primeiros 50 metros em segundo lugar, mas perdeu rendimento na segunda metade da prova. Ainda assim, o baiano demonstrou evolução em relação à sua performance nas semifinais, quando nadou para 47s64. Seu melhor tempo pessoal é de 47s10, conquistado neste ano no Troféu Maria Lenk.
Apesar da excelente performance, a frustração com a quarta colocação foi evidente. Em entrevista ao canal SporTV logo após sair da piscina, Caribé comentou com sinceridade o misto de emoções.
"Dei tudo de mim. Deixei tudo dentro da água. Mas esse é o esporte que a gente faz. Perto da minha melhor água, mas levantar a cabeça, porque amanhã tem mais. Bem feliz com minha participação até agora. Querendo ou não, é bem frustrante bater em quarta. Sei lá, eu estou mal", desabafou o nadador.
O resultado marca um importante passo na carreira do jovem atleta, que vem se consolidando como um dos principais nomes da nova geração da natação brasileira. A quarta colocação, mesmo fora do pódio, é um indicativo de que Caribé está cada vez mais competitivo no cenário internacional.
A atuação do romeno David Popovici foi destaque absoluto na final. Com apenas 19 anos, ele reafirma seu status de fenômeno da natação mundial. O tempo de 46s51 não apenas lhe garantiu o ouro, como também estabeleceu um novo recorde de campeonatos mundiais, superando a marca anterior que ele mesmo havia ameaçado em outras competições.
Popovici se destacou pelo controle da prova do início ao fim, mantendo uma técnica refinada e uma virada perfeita. É a segunda medalha do nadador nesta edição do Mundial, consolidando sua posição como favorito também para os Jogos Olímpicos de Paris, em 2026.
Apesar da decepção com o quarto lugar, Caribé mantém o foco em sua última prova individual no Mundial: os 50 metros livre, considerados a prova mais explosiva da natação. A disputa acontece nesta sexta-feira (1º), e o brasileiro aparece como um dos nomes a ser observado, principalmente após suas boas participações em distâncias mais curtas ao longo da temporada.
Até agora, Caribé também competiu nos 50 metros borboleta, onde ficou com a oitava posição, em mais uma presença em final internacional.
A campanha de Caribé no Mundial de Cingapura reforça sua preparação para Paris 2026, com uma performance sólida em um dos eventos mais tradicionais e disputados da natação. Em um ciclo olímpico ainda em andamento, o desempenho atual o coloca como possível finalista olímpico, com chances reais de pódio caso continue evoluindo.
A presença constante em finais de campeonatos mundiais, o domínio técnico nos nados de velocidade e a maturidade emocional para lidar com o peso da expectativa são diferenciais que o Brasil não via desde nomes como Cesar Cielo, campeão olímpico e recordista mundial dos 50m e 100m livre.
