
O Fortaleza deu adeus à Copa Libertadores de 2025 nesta terça-feira (19), ao ser derrotado por 2 a 0 pelo Vélez Sarsfield, no Estádio José Amalfitani, em Buenos Aires. O resultado confirmou a eliminação do clube nas oitavas de final e aumentou ainda mais a pressão sobre o técnico Renato Paiva, em meio a um cenário já delicado no Campeonato Brasileiro, onde o time ocupa a zona de rebaixamento.

A queda diante do Vélez manteve a incômoda marca de que o Fortaleza ainda não conseguiu alcançar as quartas de final da principal competição sul-americana. A eliminação, somada aos maus resultados no Brasileirão, desenha uma temporada de desempenho abaixo das expectativas, muito diferente do que a torcida tricolor se acostumou a viver nos últimos anos.
Logo aos seis minutos de jogo, Carrizo abriu o placar para o Vélez após cruzamento de Gómez, evidenciando a fragilidade defensiva do Fortaleza nos minutos iniciais. Ainda no primeiro tempo, aos 27 minutos, um erro de passe de Deyverson no campo de ataque resultou em contra-ataque fulminante e gol de Galván, ampliando a vantagem dos argentinos.
O time cearense teve dificuldade para reagir. As poucas chances de perigo vieram com finalizações tímidas de Marinho, que, assim como outros nomes experientes, teve mais uma atuação apagada.
Após o intervalo, o técnico Renato Paiva promoveu mudanças e o Fortaleza até demonstrou um leve crescimento. Lucca Prior, em jogada isolada, acertou a trave aos 12 minutos do segundo tempo — a melhor oportunidade do time cearense em toda a partida. Mas foi só.
Sob forte chuva em Buenos Aires, o Vélez controlou o ritmo do jogo e garantiu a classificação com autoridade. O adversário do time argentino nas quartas de final sairá do confronto entre Racing e Peñarol.
A atuação do Fortaleza foi marcada pela baixa competitividade em um momento decisivo. A ausência de intensidade e organização coletiva ficou evidente, e os destaques negativos da partida reforçaram um problema que se arrasta pela temporada: a queda de desempenho dos principais nomes do elenco.
Deyverson, Marinho e Breno Lopes saíram de campo novamente sob críticas. O trio, que já viveu momentos de protagonismo no futebol nacional, pouco tem contribuído na atual temporada e representa a face mais visível de um ataque ineficiente e previsível.
A expectativa é que, no retorno da delegação ao Brasil, protestos de torcedores sejam registrados no aeroporto. A torcida, já insatisfeita com o desempenho no Campeonato Brasileiro, cobra mudanças e respostas rápidas da diretoria e da comissão técnica.
A eliminação na Libertadores se soma a um primeiro semestre frustrante, marcado por eliminação precoce na Copa do Brasil e campanha fraca no Brasileirão, onde o time figura entre os últimos colocados. O Fortaleza parece ter perdido a solidez que caracterizou as últimas temporadas, quando conseguiu aliar bons resultados com participações dignas nas competições continentais.
O técnico Renato Paiva, contratado com a missão de manter o clube em evidência no cenário nacional e internacional, vê seu trabalho cada vez mais contestado. A falta de padrão tático, escolhas questionadas e baixo aproveitamento aumentam a pressão por resultados imediatos.
Internamente, a avaliação é de que o jogo contra o Bahia, no fim de semana, será crucial para o futuro do treinador. Uma nova derrota pode selar sua saída, abrindo caminho para reformulações no comando técnico.
O Fortaleza ocupa atualmente a 17ª colocação no Campeonato Brasileiro, dentro da zona de rebaixamento, e vive uma sequência de jogos com baixo aproveitamento. A perda de confiança é visível em campo, e a queda de rendimento técnico de jogadores-chave complica ainda mais a busca por recuperação.
A torcida, que nos últimos anos se acostumou com campanhas históricas, agora vê um time apático, desconectado e sem rumo. A reta final da temporada exigirá uma reação rápida, sob o risco de o clube repetir campanhas traumáticas do passado.
Se antes o Fortaleza era exemplo de gestão e desempenho, a temporada de 2025 até agora tem sido um alerta. A eliminação na Libertadores pode ter sido apenas o reflexo de um time que perdeu o rumo — e que precisa reencontrá-lo antes que seja tarde demais.
FICHA TÉCNICA
VÉLEZ SARSFIELD 2 X 0 FORTALEZA
VÉLEZ SARSFIELD - Marchiori; Gordon, Magallán, Quirós e Elías Gómez; Aliendro (Bouzat), Baeza e Galván (Tobías Andrada); Carrizo (Pizzini), Braian Romero (Michael Santos) e Machuca (Pellegrini). Técnico: Guilherme Schelotto.
FORTALEZA - Helton Leite; Mancuso (Bareiro), Brítez, Gustavo Mancha e Bruno Pacheco; José Welison (Yago Pikachu), Lucas Sasha e Lucca Prior; Breno Lopes (Allanzinho), Deyverson (Lucero) e Marinho (Herrera). Técnico: Renato Paiva.
GOLS - Carrizo, aos seis, e Galván aos 27 minutos do primeiro tempo.
CARTÕES AMARELOS - Aliendro e Carrizo (Vélez Sarsfield); José Welison, Lucas Sasha, Mancuso e Yago Pikachu (Fortaleza)
ÁRBITRO - Andrés Rojas (COL)
RENDA E PÚBLICO - Não divulgados.
LOCAL - José Amalfitani, em Buenos Aires (ARG).
