Na véspera da estreia do Flamengo na Copa Intercontinental, contra o Cruz Azul, no Catar, Filipe Luís transformou a entrevista coletiva desta terça-feira em um espaço para dois debates que, segundo ele, impactam diretamente a qualidade do futebol: o avanço dos gramados sintéticos e a cultura das arquibancadas brasileiras.
Com experiência acumulada em passagens por clubes da Espanha, Holanda e Inglaterra, o técnico rubro-negro foi direto ao afirmar que o excesso de campos artificiais reduz o nível do produto oferecido ao público. “Que campeonato da Europa tem seis clubes jogando em campo sintético? Isso desvaloriza o produto e afasta espectadores. Para a saúde dos atletas, o ideal é jogar em gramados naturais de boa qualidade”, disse.
Filipe Luís reforçou o argumento citando exemplos recentes. Ele destacou a final da Libertadores em Lima — disputa realizada em uma cidade onde praticamente não chove — como um dos melhores gramados que encontrou no ano. Sobre o estádio no Catar, onde o Flamengo estreia, afirmou ter confiança de que o campo estará entre “os melhores possíveis”. Para ele, o futebol brasileiro precisa mirar esse padrão: “Precisamos de investimento, padronização e cobrança para alcançar gramados assim a longo prazo.”
O treinador também voltou sua atenção ao comportamento das torcidas nos estádios. Criticou o desrespeito a rituais tradicionais do pré-jogo, como o hino nacional e o minuto de silêncio. “Temos que começar pelo básico. Por que ninguém respeita e canta o hino? Os torcedores dão risada, cantam outra música por cima. Ninguém respeita o minuto de silêncio”, afirmou.
O Flamengo encerra nesta terça sua preparação para enfrentar o Cruz Azul, do México. Uma vitória mantém o time vivo no torneio e o coloca diante do Pyramids, do Egito, na semifinal. O Paris Saint-Germain já está garantido na decisão, marcada para o dia 17 deste mês.
