
Polêmica sobre os títulos internacionais de Palmeiras e Fluminense ganhou novo fôlego após a divulgação de um documento oficial da Fifa destinado a jornalistas. O material, usado como base de apoio para o Mundial de Clubes, classifica as conquistas da Copa Rio de 1951 e 1952 como “copas interconfederações”, mas sem o peso de um título mundial.

No documento, a Fifa define competições interconfederações como aquelas disputadas entre clubes de duas ou mais confederações. Dentro dessa lógica, a entidade agrupa torneios como a antiga Copa Intercontinental (1960-2004), o atual Mundial de Clubes (2000; 2005-2023) e a nova versão lançada em 2024. Clubes como Real Madrid, com nove conquistas, aparecem no topo da lista.
Material oficial da Fifa traz Palmeiras como campeão de 'Copa interconfederações'. Foto: Fifa
Na mesma classificação, também estão equipes como Al-Ahly (Egito), Espérance (Tunísia) e Urawa Reds (Japão), que venceram torneios de confrontos entre continentes — como a Copa Afro-Asiática e a Copa Suruga.
Copas Rio aparecem, mas fora da lista de campeões mundiais - Embora citados como campeões interconfederações, Palmeiras e Fluminense não foram incluídos na relação oficial de campeões mundiais publicada pela entidade em 2024. A Fifa mantém a posição de que somente torneios realizados a partir de 1960, com a Intercontinental, e depois com o Mundial, podem ser considerados competições globais de clubes.
As edições da Copa Rio não contavam com campeões continentais, uma vez que as Libertadores e a Champions League ainda não existiam. Em vez disso, os organizadores convidaram clubes de destaque da América do Sul e Europa, além dos campeões paulista e carioca.
Em 2014, após uma campanha com dossiê apresentado à Fifa, o Palmeiras recebeu da entidade uma resposta reconhecendo o caráter internacional da Copa Rio de 1951. A declaração, no entanto, não levou à inclusão do clube na lista de campeões mundiais.
O jornal Estadão, em sua cobertura original do torneio de 1951, apontava que o evento não era de fato mundial. “Nem Mundial, nem dos campeões”, escreveu a publicação na época. Ainda assim, reconheceu o valor da vitória palmeirense, mesmo discordando da sua elevação a título global.
