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ESPORTE

Fábio Jesus celebra pódio e critica falta de apoio ao atletismo

Terceiro colocado na São Silvestre, atleta destaca superação, dificuldades na preparação e faz desabafo após melhor resultado brasileiro na elite masculina

31 dezembro 2025 - 15h15
Fábio Jesus comemora o terceiro lugar na São Silvestre e faz desabafo sobre a falta de incentivo ao atletismo no Brasil.
Fábio Jesus comemora o terceiro lugar na São Silvestre e faz desabafo sobre a falta de incentivo ao atletismo no Brasil. - (Foto: Imagem ilustrativa/A Crítica)

Fábio Jesus terminou a edição centenária da Corrida Internacional de São Silvestre como o brasileiro mais bem colocado na elite masculina. O terceiro lugar conquistado nesta quarta-feira, em São Paulo, foi comemorado com entusiasmo pelo atleta, que valorizou o desempenho diante da torcida, mas também aproveitou a visibilidade para expor as dificuldades enfrentadas ao longo da preparação e criticar a falta de incentivo ao atletismo no Brasil.

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Logo após a prova, ainda emocionado com o resultado, Fábio ressaltou o peso do pódio em uma das corridas mais tradicionais do mundo. Em entrevista à TV Globo, o corredor falou sobre o esforço necessário para competir em alto nível contra atletas africanos, que historicamente dominam a São Silvestre.

“É muito treino, muita dedicação para a gente chegar aqui. Brigar com os africanos não é fácil. A gente treina e se dedica demais. É uma pena que o Brasil não incentive o atletismo, que é um esporte tão importante. Treinei na rua porque as pistas não nos liberam para treinar”, afirmou.

Preparação difícil e críticas à falta de estrutura - O desabafo de Fábio Jesus expõe um problema recorrente no atletismo nacional: a escassez de estrutura adequada para treinos de alto rendimento. Segundo o atleta, a impossibilidade de utilizar pistas apropriadas o obrigou a realizar grande parte da preparação em vias públicas, o que aumenta os riscos e limita o trabalho técnico.

Mesmo diante desse cenário, o corredor conseguiu manter regularidade e competitividade suficientes para disputar o pódio até os metros finais da prova. A terceira colocação, além de representar um feito pessoal, reforça o potencial de atletas brasileiros, mesmo com menos recursos em comparação a adversários estrangeiros.

Apesar do tom crítico, Fábio fez questão de destacar o apoio recebido ao longo da trajetória. O atleta agradeceu ao treinador e à equipe, que, segundo ele, foram fundamentais para alcançar o pódio na edição histórica da corrida.

“Só tenho que agradecer ao meu treinador, que sempre acreditou em mim e na minha equipe. Só tenho que agradecer esse pódio na centenária”, disse.

A conquista ganha ainda mais relevância por ter acontecido em um ano simbólico para a São Silvestre, que completou 100 edições e reuniu atletas de diferentes partes do mundo nas ruas da capital paulista.

A disputa masculina foi marcada por equilíbrio e emoção até os instantes finais. O etíope Muse Gizachew garantiu a vitória após uma arrancada decisiva nos metros finais, superando o queniano Jonathan Kipkoech, que liderava a corrida até pouco antes da chegada.

Fábio Jesus conseguiu se manter próximo do pelotão da frente e assegurou o terceiro lugar, fechando o pódio e garantindo o melhor resultado brasileiro na elite masculina da prova.

Brasileiros também se destacam no feminino - No feminino, a vitória ficou com Sisilia Panga, da Tanzânia, que dominou a prova do início ao fim e cruzou a linha de chegada sem ser ameaçada pelas adversárias. A queniana Cynthia Chemweno ficou com a segunda colocação.

A brasileira Núbia de Oliveira voltou a brilhar nas ruas de São Paulo. Assim como em 2023, ela terminou a corrida em terceiro lugar, repetindo o pódio e confirmando a evolução no cenário internacional do atletismo de rua.

As terceiras colocações de Fábio Jesus e Núbia de Oliveira mostram que, apesar das dificuldades estruturais apontadas pelos próprios atletas, o Brasil segue competitivo na São Silvestre. Os resultados também reacendem o debate sobre a necessidade de maior investimento, melhores condições de treino e políticas de incentivo ao esporte de alto rendimento.

Para Fábio, o pódio é motivo de orgulho, mas também um alerta. A medalha conquistada nas ruas de São Paulo simboliza não apenas a dedicação individual, mas a resistência de atletas que seguem treinando, muitas vezes sem o suporte ideal, para representar o país em provas de nível mundial.

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