
Fabinho Soldado se despediu do Corinthians em um vídeo publicado nas redes sociais na noite de quartafeira, um dia após o clube oficializar que ele não seguiria no cargo de executivo de futebol. A saída ocorre em meio a movimentações que indicam sua transferência para o Internacional.
No vídeo, gravado ao lado das taças do Paulistão e da Copa do Brasil — títulos conquistados pelo Corinthians em 2025 — Fabinho agradeceu aos jogadores, comissão técnica e funcionários pelo apoio durante sua passagem, e fez referências diretas ao presidente Osmar Stábile, que teria tomado a decisão de não renovar seu vínculo após pressões de conselheiros.
“Estou passando aqui para agradecer, com o coração cheio de orgulho e gratidão, por tudo que vivi com vocês. Por todo incentivo, todo o carinho que vocês nos deram para que fosse possível conquistar essas duas taças”, disse Fabinho no início da mensagem.
Ele destacou ainda o papel do técnico Dorival Júnior e sua comissão, afirmando que foram fundamentais para alcançar os “tão sonhados títulos”. Fabinho também agradeceu aos atletas “com quem trocávamos muita coisa todos os dias” e que teriam ajudado a transformar em realidade seus sonhos e os do torcedor alvinegro.
Pouco depois da vitória por 2 a 1 sobre o Vasco, que garantiu o tetracampeonato da Copa do Brasil no Maracanã, Fabinho já havia comentado sobre sua saída em tom de despedida e demonstrado incômodo com o ambiente político do clube.
“Parece que o profissionalismo ainda é algo que incomoda. Enquanto outros grandes clubes investem em profissionalismo, em profissionais, tecnologia e melhora de CT, aqui às vezes isso ainda é visto de outra forma”, afirmou.
A declaração foi interpretada por parte da torcida e comentaristas como um recado sobre conflitos internos e resistências à profissionalização da gestão alvinegra.
Fabinho Soldado chegou ao Corinthians no início da gestão de Augusto Melo, em meio a um período de turbulência política interna. Mesmo após a destituição do presidente eleito, ele permaneceu no cargo e passou a ser visto como uma peça estabilizadora nos bastidores, sendo apontado por jogadores como um articulador que ajudou a isolar o vestiário das crises políticas.
No mercado, Fabinho teve participação relevante em contratações que geraram divisões de opinião, com avaliações positivas e negativas. Entre seus movimentos mais discutidos está a chegada do goleiro Hugo Souza, com quem já havia trabalhado no Flamengo, e que se tornou um dos nomes centrais da reconstrução do elenco no ano anterior.

