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Eleições no Corinthians: candidatos André Negão e Augusto Melo trocam ataques em debate

André Negão e Augusto Melo confrontam-se sobre orçamento, Duílio, Mano Menezes e outros temas pela primeira vez no programa Mesa Redonda, da TV Gazeta

15 outubro 2023 - 22h23
André Negão e Augusto Melo, candidatos à presidência do Corinthians, tiveram primeiro debate das eleições neste domingo
André Negão e Augusto Melo, candidatos à presidência do Corinthians, tiveram primeiro debate das eleições neste domingo - (Foto: TV Gazeta/Reprodução)
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Os candidatos à presidência do Corinthians se encontraram pela primeira vez frente a frente neste domingo. André Negão, da chapa Renovação e Transparência, e Augusto Melo, da Frente Ampla, da oposição, participaram de um debate realizado pelo programa Mesa Redonda, da TV Gazeta. Os sócios corintianos, porém, não tiveram muito o que aproveitar para decidir o voto da eleição, marcada para 25 de novembro.

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Em vez de apresentar propostas concretas, os dois aspirantes a presidente do clube passaram mais tempo em ataques pessoais e aos grupos políticos de cada um. Entre os temas relacionados ao clube, ambos falaram sobre orçamento, sobre o atual presidente Duílio Monteiro Alves, reformulação do elenco e a permanência do técnico Mano Menezes.

André Negão e Augusto Melo tiveram três blocos para o debate. No primeiro, responderam perguntas da bancada do programa, com direito a réplica e tréplica entre os dois. Depois, ambos perguntaram entre si, também com tempo de resposta disponível. A terceira etapa teve perguntas de jornalistas especializados na cobertura diária do Corinthians. Por fim, a equipe do Mesa Redonda teve nova rodada de perguntas.

A chapa Renovação e Transparência representa o grupo que comanda o clube desde 2007. André Negão tem 63 anos e é conselheiro vitalício. Já atuou como vice-presidente e diretor administrativo no Corinthians. Atualmente, preside a Comissão de Ética e Disciplina do clube. O principal aliado de André é Andrés Sanchez, de quem ele já foi assessor parlamentar.

Na oposição está Augusto Melo. Ele é ex-empresário do ramo têxtil e hoje investe em quadras de areia na capital paulista. Aos 59 anos, já fez parte do grupo político que comanda o Corinthians há 16 anos e, entre 2015 e 2016, chegou a ocupar cargo de assessor nas categorias de base. Depois, foi investidor do União Barbarense. Na eleição passada, em 2020, ele foi o segundo colocado, com 142 votos a menos que Duílio, o atual presidente.

MUDANÇAS E REFORMULAÇÃO NO ELENCO
A alta média de idade do elenco e a reformulação do time já foram assunto quando Mano Menezes chegou ao clube. No debate, isso se repetiu. André Negão defendeu contratações pontuais e não falou em dispensas. Entretanto, destacou a autonomia da comissão técnica na sua possível gestão. "Somente pela comissão técnica e pelo executivo de mercado que vamos contratar", afirmou.

Já Augusto Melo foi mais incisivo e confirmou que uma reformulação deve ser feita caso ele seja presidente. "Time de futebol se faz com bom 'scout', não com parcerias e indicações. Vamos sentar com nossa comissão técnica. Contratar jogadores, sem que sejam grandes salários e certa idade". Questionado novamente sobre o tema, no bloco em que jornalistas faziam a pergunta, Melo não falou sobre os "medalhões" do atual elenco e disse que haverá uma avaliação ao final do Campeonato Brasileiro. Quando questionado diretamente sobre Renato Augusto, Melo reconsiderou e falou da importância de jogadores experientes. Já André apontou que a decisão ficaria a cargo da comissão técnica.

MANO MENEZES FICA?
Representante da situação, Andre Negão acusou o adversário de demitir o atual treinador do time, Mano Menezes, caso seja eleito. Além disso, André defendeu, mais uma vez, a autonomia do técnico. "Temos certeza que o Mano vai fazer um bom trabalho no Corinthians. Vou apoiar e dar todo aparato que for necessário. Não vou dizer que ele tem que tirar este ou aquele jogador. Ele sabe o que tem que fazer".

Em resposta, Augusto Melo comentou sobre projeto de três anos para o futebol corintiano. Segundo o candidato, isso não inviabiliza que Mano siga no comando técnico do time. "Torço para que o Mano faça a melhor pontuação possível. Apresentaremos o projeto que temos para três anos. Se encaixar, seguiremos".

Permanência de Mano Menezes foi um dos temas do debatePermanência de Mano Menezes foi um dos temas do debate - (Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians)

PARTICIPAÇÃO DE DUÍLIO NO FUTURO DO CLUBE
Augusto Melo questionou André Negão sobre como Duílio ficaria numa possível gestão do candidato. Opositor, Melo defendeu a necessidade de "trazer pessoas técnicas para que o Corinthians deixe de ser gerido por amadores, para tirar o Corinthians dessa situação". André Negão, por outro lado, disse que contaria com o atual presidente. "Mandar todo mundo embora seria falta de consideração. O Duílio tem problemas de saúde e vai se tratar logo depois de deixar a presidência. Mas, depois, se ele quiser participar, será um prazer recebê-lo", concluiu.

ORÇAMENTO E PAGAMENTO DA NEO QUÍMICA ARENA
Augusto Melo defende que sejam separados o clube de futebol e o clube social. "O clube dá prejuízo porque a gestão não tem planejamento para isso. teremos um departamento autossustentável para o clube e que o Corinthians não tire dinheiro do futebol para isso. Já André Negão não vê como separá-los, por o financiamento da parte social ser oriunda do futebol.

O pagamento da Neo Química Arena para a Caixa Econômica Federal também foi tema. Somente neste ano, o Corinthians deve pagar R$ 80 milhões em juros para o banco. Segundo André Negão, a dívida já está equalizada. "Devemos R$ 770 milhões. Estamos pagando a dívida do juros, mas é uma dívida equacionada com a receita. Vamos administrar e pagar. Teremos nossa arena", argumentou.

Pagamento da Neo Química Arena e popularização de setores também foram discutidosPagamento da Neo Química Arena e popularização de setores também foram discutidos - (Foto: Alex Silva)

Já Augusto Melo avalia a negociação como "péssima" e acusou a administração atual de "elitizar o Corinthians". "Eles arrecadaram e não pagaram. Queremos modificar e trazer a Arena para o povo. Queremos mais lugares populares na Arena e, assim, ganhar receita para equacionar a dívida".

Quando o assunto chegou em orçamento, os números deram lugar a ataques pessoais. "Nem eles sabem o valor real da dívida. Vamos ter grandes surpresas", ironizou Augusto Melo. O candidato também questionou sobre como a dívida do clube aumentou, mesmo com os títulos conquistados de 2012 para cá. "O Corinthians só trouxe alegria para o corintiano. Estamos retomando nossa crescida financeira. Teremos um superávit. Pegamos um período de pandemia, taxa Selic de 13,45%, estamos fazendo o equilíbrio orçamentário", argumentou André, que concluiu: "Já tem a má administração de suas empresas. É o pior que podemos trazer para o Corinthians".

CATEGORIAS DE BASE E MAIS FARPAS
Quando o assunto foi a formação de novos jogadores, novos ataques. Melo falou sobre o plano de que os atletas formados no clube tenham 100% dos direitos econômicos vinculados ao Corinthians, a fim de valorizar a economia na gestão. André Negão devolveu que "se for como foi no União Barbarense, não tem como".

A resposta de Melo foi atacar André por ter o filho mantido na base por anos e acumulando empréstimos. "De base ele entende", disparou. A tréplica de André foi questionar sobre um áudio que supostamente captou Melo referindo-se a uma mulher com termos racistas e xenofóbicos. Melo, então, acusou apoiadores de André de ameaçar agressões.

ELEIÇÕES
Os sócios do Corinthians vão às urnas em 25 de novembro. Além de eleger o presidente, os torcedores votam para escolher 200 conselheiros trienais. A eleição ocorre no Parque São Jorge, sede social do Corinthians, das 9h às 17h. A apuração é iniciada logo em seguida. Dessa vez, diferente de 2020, serão usadas urnas eletrônicas, como manda o estatuto do clube. A comissão eleitoral do Corinthians viabilizou o empréstimo de urnas do Tribunal Regional Eleitoral. Além dos equipamentos, o TRE-SP fornecerá funcionários para organizar o pleito.

Podem votar os sócios patrimoniais e remidos (que não precisam pagar mensalidade) do clube social com mais de 18 anos, admitidos há mais de cinco anos. É estar com todas as obrigações financeiras em dia até dois meses antes da eleição. Dependentes não têm direito ao voto.

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