
O Manchester United ultrapassou pela primeira vez a marca de R$ 5,4 bilhões em dívida líquida, segundo dados divulgados pela ESPN. O número representa o maior nível de endividamento do clube inglês desde que a família Glazer assumiu o controle, em 2005. O aumento está diretamente ligado aos empréstimos feitos para contratações durante a última janela de transferências do verão europeu.
O cenário financeiro preocupante surge em meio a um processo de reestruturação liderado pelo Grupo INEOS, que adquiriu 27,7% das ações do clube em fevereiro de 2024. Comandado pelo bilionário Jim Ratcliffe — o homem mais rico do Reino Unido — o grupo tornou-se sócio minoritário, mas tem atuado ativamente na tentativa de controlar os gastos e tornar o Manchester United mais sustentável no longo prazo.
Dívida recorde e receita em queda - Apesar do alto endividamento, o clube conseguiu registrar um lucro operacional de R$ 94 milhões nos três primeiros meses da temporada. No entanto, a receita total caiu 2% em comparação com o mesmo período do ano anterior, impactada pela ausência do time nas principais competições europeias.
Mesmo com os resultados financeiros pressionados, o CEO do Manchester United, Omar Berrada, demonstrou otimismo. “Estamos fazendo forte progresso no processo de transformação”, afirmou. Ele destacou que as medidas adotadas no último ano criaram uma base de custos mais baixa, o que prepara o clube para um futuro mais competitivo e rentável.
“As decisões difíceis que tomamos no último ano resultaram em uma base de custos mais baixa e uma organização mais enxuta e eficaz, preparada para levar o clube a um melhor desempenho esportivo e comercial a longo prazo”, completou.
Gestão mira futuro com receitas bilionárias - A meta da nova gestão é ambiciosa: alcançar receitas anuais próximas a R$ 4,8 bilhões, o que exigirá não apenas uma recuperação financeira, mas também o retorno do clube ao protagonismo esportivo.
Desde a chegada do Grupo INEOS, cortes de custos e reestruturações internas foram implementados. A estratégia passa por rever contratos, enxugar departamentos e otimizar processos administrativos, tudo para aumentar a eficiência sem comprometer o desempenho dentro de campo.
A última vez que o Manchester United atingiu um nível de dívida tão elevado foi no início da era dos Glazer, marcada por forte rejeição da torcida e instabilidade institucional. Agora, com o respaldo de Jim Ratcliffe e seu grupo empresarial, a promessa é de uma nova fase — ainda que com desafios expressivos no caminho.

