O empate por 1 a 1 entre XV de Piracicaba e Comercial, nesta sexta-feira (19), entrou para a história como a primeira partida de futebol no Brasil com o uso de desafio no VAR. A novidade, chamada de Vídeo Suporte ao Futebol (FVS, na sigla em inglês), foi implementada na fase semifinal da Copa Paulista e estreou no Estádio Palma Travassos, em Ribeirão Preto.
O recurso foi decisivo nos acréscimos do segundo tempo, quando o árbitro Fabiano Monteiro dos Santos marcou pênalti em Paulo Marcelo, do XV. O técnico do Comercial, Roberval Davino, usou o desafio para revisão do lance. Após consultar a cabine do VAR, a penalidade foi mantida, e Cristopher acabou expulso. Matheus Carvalho converteu e garantiu o empate para o time de Piracicaba.
Curiosamente, Davino havia se mostrado contra a adoção do FVS antes da partida. “Eu gosto do futebol jogado, o futebol da dúvida. O que acrescenta nessa situação é a tentativa de ajudar com a justiça. Quer queira, quer não, a gente busca justiça em todos os sentidos da vida. E no futebol também”, disse ao ge.
A partida contou com três pedidos de desafio ao todo:
- Primeiro tempo: Davino pediu revisão e conseguiu pênalti a favor do Comercial, convertido por Felipe Rodrigues.
- Segundo tempo: Moisés Egert, técnico do XV, pediu pênalti em João Victor, mas o árbitro manteve a decisão de seguir o jogo.
- Acréscimos: pênalti confirmado para o XV após desafio de Davino.
O jogo terminou em clima quente, com confusão entre jogadores e invasão de campo por torcedores do Comercial.
Neste sábado (20), Grêmio Prudente e Primavera iniciam a outra semifinal, em Presidente Prudente. Os jogos de volta estão previstos para os dias 27 e 28.
A Fifa vem testando o FVS em torneios como a Copa do Mundo Feminina Sub-20. O técnico pode solicitar a revisão em quatro situações:
- Gol
- Pênalti
- Cartão vermelho direto
- Cartão aplicado ao jogador errado
Cada treinador tem direito a dois pedidos. Se a revisão confirmar o erro, o time mantém a solicitação. O pedido é feito com um gesto girando o dedo no ar e o uso de um cartão entregue ao quarto árbitro. O árbitro principal então consulta a cabine e pode manter ou alterar a decisão.
