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CASO CORINTHIANS

Defesa de Andrés Sanchez pede rejeição de denúncia do MP-SP sobre uso de cartões corporativos

Ex-presidente do Corinthians é acusado de apropriação indébita, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica; defesa alega falhas no inquérito e irregularidades na obtenção de provas

17 outubro 2025 - 15h39Redação
Andrés Sanchez e Roberto Gavioli estão afastados de suas funções no Corinthians
Andrés Sanchez e Roberto Gavioli estão afastados de suas funções no Corinthians - (Foto: Agência Corinthians)

A defesa do ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, protocolou uma petição na 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital pedindo a rejeição da denúncia apresentada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP). O caso envolve o uso de cartões corporativos do clube, e o ex-dirigente é acusado de apropriação indébita, lavagem de dinheiro e falsidade de documento tributário.

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O advogado Fernando José da Costa, responsável pela defesa, argumentou que houve “falhas na condução do inquérito” e criticou o que chamou de “espetacularização midiática” do caso. Segundo o documento, o ponto mais grave dessa exposição teria sido a coletiva de imprensa organizada pelo MP-SP em 15 de outubro, conduzida pelo promotor Cássio Roberto Conserino, quando a denúncia foi anunciada publicamente.

A defesa também questiona a imparcialidade do promotor, apontando que ele é torcedor e possivelmente associado do Corinthians, o que, segundo os advogados, poderia comprometer sua neutralidade. O texto cita trechos da denúncia em que Conserino usa expressões como “farra com o dinheiro dos associados” e descreve a versão de Sanchez como algo que “beira o deboche”, termos considerados inadequados e carentes de objetividade jurídica.

Outro ponto central da contestação é a alegação de que o MP obteve provas de forma irregular, requisitando faturas e extratos bancários diretamente ao Corinthians, sem autorização judicial — o que, de acordo com a defesa, viola o sigilo financeiro.

Segundo os advogados, o uso do cartão corporativo pelo então presidente não configuraria crime, mas questão administrativa. Afirmam que não havia regras claras sobre o uso do cartão e que Sanchez tinha autonomia para realizar despesas institucionais, como hospedagens, refeições e compras. Para a defesa, o MP tenta criminalizar atos de gestão sem respaldo legal.

A equipe jurídica também rebateu os critérios utilizados para apontar irregularidades, destacando que o ex-dirigente ressarciu o clube por duas viagens pessoais, ao Rio Grande do Norte e a Fernando de Noronha, o que afastaria qualquer intenção de desvio.

No que se refere à lavagem de dinheiro, os advogados afirmam que o MP confunde gastos pessoais com ocultação de bens. Citam decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que reforçam que despesas cotidianas — como compras em supermercados, lojas de roupa e joalherias — não configuram lavagem de dinheiro.

A Promotoria, por sua vez, sustenta que Sanchez cometeu apropriação indébita agravada e continuada, utilizando o cartão corporativo do Corinthians de forma dolosa. O valor total dos gastos sob investigação é de R$ 480.169,60. O MP ainda determinou que Andrés Sanchez e o diretor financeiro Roberto Gavioli, também denunciado, ressarçam o clube pelo mesmo montante, além de 75% do valor em danos morais.

Após a denúncia, Sanchez pediu afastamento por tempo indeterminado do Conselho Deliberativo — do qual é membro vitalício — e do Conselho de Orientação (Cori). Já Gavioli foi afastado pela diretoria do clube. O MP também determinou bloqueio de bens e buscas em endereços ligados ao ex-presidente.

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