Grupo Feitosa de Comunicação
(67) 99974-5440
(67) 3317-7890
03 de novembro de 2025 - 03h21
tce novembro
FÓRMULA 1

De item de segurança a símbolo de expressão: como os capacetes personalizados conquistaram a F1

De Ayrton Senna a Lando Norris, os pilotos transformaram o capacete em uma forma de arte e identidade uma tradição que evoluiu junto com o esporte

2 novembro 2025 - 19h25Williams Souza
O design do capacete de Ayrton Senna é um dos mais famosos do esporte
O design do capacete de Ayrton Senna é um dos mais famosos do esporte - (Foto: Divulgação/Fórmula 1)

Capacetes especiais deixaram de ser apenas um item obrigatório de segurança para se tornarem parte da identidade visual da Fórmula 1. O que começou como um equipamento funcional, usado para proteger e identificar os pilotos, virou uma verdadeira tela de criatividade, homenagens e estilo.

Canal WhatsApp

A atual estrela brasileira da Fórmula 1, Gabriel Bortoleto, também presta homenagem ao seu país e ao seu ídolo, Senna, com o design de seu capacete. A atual estrela brasileira da Fórmula 1, Gabriel Bortoleto, também presta homenagem ao seu país e ao seu ídolo, Senna, com o design de seu capacete. (Foto: Divulgação/Fórmula 1)

Nos primeiros anos do esporte, o design do capacete era simples e, muitas vezes, permanecia o mesmo por toda a carreira do piloto. Ídolos como James Hunt, John Surtees e Jackie Stewart mantinham visuais fixos, facilmente reconhecidos nas pistas. Mas poucos modelos se tornaram tão icônicos quanto o de Ayrton Senna — o amarelo com faixas verde e azul, símbolo eterno do automobilismo brasileiro.

A virada começou com Michael Schumacher, que adotou o vermelho intenso em seu capacete ao entrar para a Ferrari, nos anos 1990. A mudança marcou o início de uma era mais livre e criativa, em que o capacete passou a refletir não só o piloto, mas também o espírito da equipe.

Por trás das criações estão artistas especializados, como Jens Munser, responsável por modelos lendários de Schumacher e Sebastian Vettel, e Mad 56 (Massimo Dante), parceiro de longa data de Alex Albon. Segundo Munser, o processo ainda começa no papel, mas a tecnologia tornou o trabalho mais leve e durável: “A pintura evoluiu. Hoje conseguimos reduzir o peso e aumentar a resistência, sem perder o brilho”, explicou à Motorsport Tech Magazine.

Em 2015, a FIA tentou conter o excesso de variações ao impor uma regra que limitava os pilotos a um único design por temporada. A justificativa era facilitar a identificação dos competidores. Mas, mesmo sob restrição, pilotos como Lewis Hamilton e Vettel encontraram brechas criativas — mudando detalhes sutis ou lançando versões temáticas em GPs especiais.

Com o fim da proibição em 2020, a criatividade voltou com força total. A partir daí, os capacetes se tornaram uma forma de contar histórias pessoais, homenagear ídolos e até brincar com o público. Hamilton já colaborou com o artista japonês Hajime Sorayama para criar um modelo cromado; Valtteri Bottas chegou a usar um capacete moldado em sua própria cabeça; e Albon costuma incluir referências a seus pets e à Tailândia.

Há também momentos de emoção. O francês Romain Grosjean, por exemplo, usou em 2021 o capacete desenhado por seus filhos — o mesmo que usaria em sua corrida de despedida antes do grave acidente no Bahrein, em 2020.

Hoje, o capacete na Fórmula 1 é mais do que um item de segurança: é uma forma de comunicação visual que une arte, memória e personalidade. Cada pintura carrega uma história, e cada detalhe ajuda os fãs a enxergarem um pouco mais dos pilotos por trás das viseiras.

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop