
Depois de uma campanha sólida na Liga das Nações de vôlei masculino, com 12 vitórias em 14 jogos, a seleção brasileira sofreu um duro golpe ao ser derrotada pela Polônia por 3 sets a 0 neste sábado (2), em Ningbo, na China. O revés eliminou o time comandado por Bernardinho da final da competição e tirou a chance do Brasil conquistar o seu segundo título na história do torneio.

Com o resultado, o Brasil enfrenta agora a Eslovênia, na madrugada deste domingo (3), às 4h (horário de Brasília), pela disputa do terceiro lugar. A decisão da Liga das Nações será entre Itália e Polônia, às 8h.
O confronto contra os poloneses foi marcado por erros brasileiros e por uma atuação inspirada do oposto Sasak, destaque da equipe europeia. As parciais da vitória polonesa foram 28/26, 25/19 e 25/21.
O oposto Darlan, que entrou durante o jogo e foi o principal nome da seleção brasileira em quadra, lamentou a postura do time e reconheceu a superioridade dos adversários, mas reforçou que a equipe precisa se recuperar mentalmente para sair da China com a medalha de bronze.
"A Liga das Nações é difícil e estamos em um processo de reconstrução, mas não é desculpa. Deixamos a desejar, agora é focar no jogo de amanhã para sair com uma medalha, que é muito importante para nós", afirmou o atacante.
"Vamos descansar, estudar a Eslovênia e tentar impor nosso ritmo e jogar com alegria, acho que faltou um pouco disso hoje. Paciência."
Darlan foi responsável por movimentar o time em alguns momentos do primeiro set, quando o Brasil reagiu e chegou a empatar a parcial em 22 a 22, mas não foi suficiente para conter o embalo polonês.
O capitão da seleção, Lucarelli, também comentou a derrota e destacou o impacto dos erros cometidos no início da partida, especialmente nas finalizações ofensivas.
"Tivemos muitas oportunidades no primeiro set, mas o time pecou bastante. Fomos bem no saque e defesa, mas o número alto de erros de ataque e no bloqueio comprometeram", analisou o ponteiro.
"Só o oposto deles (Sasak) conseguiu ter um aproveitamento muito grande, os outros nossa equipe conseguiu neutralizar. Não podemos ter dois erros de ataque com o saque na mão, isso pesa bastante em um set apertado."
Lucarelli defendeu ainda que o time precisa ser mais eficiente nos momentos decisivos, principalmente contra seleções com volume de jogo como a Polônia.
O Brasil começou o primeiro set de forma equilibrada, mas falhas de ataque e falta de consistência na recepção permitiram que a Polônia abrisse vantagem no meio da parcial. Ainda assim, a seleção brasileira reagiu e chegou a liderar após um ace de Cachopa.
Mas, com Leon voltando a forçar o saque e Sasak desequilibrando no ataque, os europeus retomaram o controle do jogo e fecharam o set em 28 a 26, mesmo com o Brasil tendo tido chance de virar.
No segundo set, os erros aumentaram. A recepção brasileira não conseguiu conter os saques de Leon e os bloqueios falharam na marcação. A Polônia chegou a abrir 16 a 10, vantagem que administrou até o fim, com Sasak novamente comandando as ações ofensivas.
O terceiro set começou mais disputado, com as seleções se revezando no placar até a metade da parcial. No entanto, mais uma vez o Brasil voltou a cometer erros e permitiu que os poloneses fechassem o jogo com autoridade em 25 a 21.
Com pouco tempo para digerir a derrota, a seleção volta à quadra nas primeiras horas deste domingo para enfrentar a Eslovênia, que foi superada pela Itália na outra semifinal por 3 sets a 1.
Bernardinho terá o desafio de recuperar o ânimo da equipe, corrigir os erros apresentados contra a Polônia e garantir que o time entre em quadra com mais intensidade e foco.
A disputa pelo bronze é também uma oportunidade para reafirmar a evolução da seleção brasileira nesta temporada e consolidar o trabalho iniciado por Bernardinho, que visa a preparação para os Jogos Olímpicos de Paris 2024.
Apesar da frustração na semifinal, a campanha brasileira foi considerada positiva. Foram 12 vitórias em 14 jogos na Liga das Nações, incluindo confrontos duros contra seleções fortes como Itália, França e Estados Unidos.
Com jovens talentos como Darlan se firmando e nomes experientes como Lucarelli e Lucão liderando dentro de quadra, a equipe brasileira mostra sinais de evolução após um período de transição no comando técnico e renovação no elenco.
A medalha de bronze pode parecer pequena diante das expectativas criadas pela campanha consistente na primeira fase, mas representa um passo importante para consolidar a confiança da equipe e manter o grupo focado nos objetivos maiores da temporada.
A final entre Polônia e Itália promete ser equilibrada, com duas das principais seleções do mundo em ótimo momento. Mas, para o Brasil, o jogo contra a Eslovênia será mais do que um duelo por pódio: é um teste de superação e mentalidade.
