A Polícia Civil de São Paulo prendeu em flagrante um torcedor do Corinthians acusado de aplicar fraude na compra de ingressos para a partida entre o time alvinegro e o Flamengo, realizada em 28 de setembro, na Neo Química Arena.
De acordo com o boletim de ocorrência, o suspeito, Fábio Aguiar Silva, de 26 anos, confessou ter usado dados pessoais e bancários de outras pessoas para adquirir três ingressos de camarote, avaliados em R$ 3,6 mil (R$ 1,2 mil cada), com direito a comida e bebida liberadas.
A investigação começou depois que uma das vítimas registrou boletim de ocorrência ao receber e-mails confirmando um cadastro desconhecido no programa Fiel Torcedor e no site de venda do camarote. O clube, ao ser informado, bloqueou o cadastro usado na fraude um dia antes do jogo, que terminou com vitória do Flamengo por 2 a 1.
Com ajuda do sistema de reconhecimento facial, agentes da Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade) identificaram Fábio e o abordaram próximo às catracas do estádio, no momento em que ele tentava entrar.
Durante a abordagem, o suspeito admitiu o crime e contou ter comprado os dados cadastrais via Telegram, pagando R$ 120 por três CPFs e informações de cartões de crédito a um grupo especializado nesse tipo de golpe. Os pagamentos, segundo ele, eram feitos por Pix para uma empresa identificada como HC Infraestrutura de Pagamentos LTDA, que não respondeu aos contatos da reportagem.
Fábio estava acompanhado da namorada e do primo, que também usaram ingressos obtidos de forma irregular. Após a prisão, ele passou por audiência de custódia, pagou fiança e foi liberado. O celular do acusado foi apreendido e encaminhado para perícia.
O caso foi registrado como estelionato mediante fraude eletrônica, previsto no artigo 171 do Código Penal, com pena de quatro a cinco anos de reclusão. A investigação segue sob responsabilidade do delegado César Saad, titular da Drade.
Nos últimos meses os cambistas vêm utilizando dados de terceiros para contornar o sistema de biometria facial do Corinthians. Segundo Marcelo Munhões, diretor de tecnologia do clube, o controle reduziu em 95% o cambismo, mas ainda há brechas.
“O cambismo não acabou, mas conseguimos reduzir bastante. Quando surge uma vulnerabilidade, nós corrigimos; eles tentam outra forma, e seguimos combatendo”, afirmou Munhões.
