
Depois de acumular um déficit de R$ 180 milhões até setembro deste ano, o Corinthians tenta reorganizar suas finanças e projeta virar 2026 com superávit de R$ 12 milhões. A previsão consta no orçamento preliminar ao qual o Estadão teve acesso e que ainda será analisado pelo Conselho Deliberativo.
A proposta aponta uma estratégia agressiva de contenção de despesas, especialmente no departamento de futebol. A folha atual, que inclui salários, direitos de imagem, encargos e benefícios dos jogadores, deve cair de R$ 435 milhões para R$ 354 milhões, redução estimada em R$ 81 milhões. Considerando também serviços e custos operacionais de jogos, o corte no futebol chega a R$ 90 milhões.
O ajuste aparece igualmente na folha geral do clube. A despesa total com pessoal deve recuar de R$ 505 milhões para R$ 410 milhões. O presidente Osmar Stábile vem priorizando enxugar áreas do clube social e chegou a avaliar o fim de modalidades como o futsal, ideia que recuou após repercussão negativa.
Para reforçar o caixa, o orçamento estabelece meta de R$ 151 milhões em vendas de jogadores. O clube também projeta R$ 335 milhões em direitos de TV, embora o documento não detalhe expectativas esportivas que influenciam esses valores. Em patrocínios, a projeção para 2026 é de R$ 255 milhões, alta de 47% em relação ao estimado para este ano.
Sem considerar a venda de atletas, a receita prevista é de R$ 806 milhões — aumento de 13% sobre os R$ 711 milhões de 2025. Os números refletem o esforço do Corinthians em reverter o cenário revelado no balancete divulgado nesta sexta-feira, que confirmou a dívida bruta total em R$ 2,7 bilhões.

