Corinthians elimina rival da Copa do Brasil e vive momento de virada em meio ao caos interno

Matheus Bidu comemora gol do Corinthians no Allianz Parque. - Foto: Rodrigo Coca/Ag Corinthians

O Corinthians deu resposta dentro de campo num dos momentos mais turbulentos de sua temporada. Ao vencer o Palmeiras por 2 a 0, no Allianz Parque, e confirmar a classificação às quartas de final da Copa do Brasil, o time comandado por Dorival Júnior não apenas avançou no torneio, como também deu sinais de recuperação técnica e emocional - mesmo com a crise que se desenrola nos bastidores do clube.

O resultado somado ao 1 a 0 conquistado em Itaquera fechou o confronto com 3 a 0 no agregado, evidenciando uma superioridade que vai além do placar. A postura foi o diferencial. Enquanto o time corintiano se mostrou equilibrado e concentrado, o Palmeiras escancarou um desequilíbrio emocional desde os primeiros minutos - da comissão técnica até os atletas em campo.

A expulsão de Aníbal Moreno aos 15 minutos do primeiro tempo, que deixou o Palmeiras com um a menos por quase toda a partida, expôs a instabilidade do time alviverde. Já o Corinthians soube se aproveitar da vantagem numérica e controlou o jogo com segurança.

Corinthians foca no emocional e colhe resultado em campo - Apesar do cenário conturbado nos bastidores, o Corinthians demonstrou maturidade nos dois confrontos. A equipe soube lidar com a pressão externa, as críticas e os ruídos internos que marcaram a semana que antecedeu o clássico. Mais do que uma vitória sobre o maior rival, a classificação serviu como combustível para renovar a confiança no trabalho de Dorival Júnior.

"Espero que continue sendo uma virada de chave para a gente. Que essa vibração vá além dos Dérbis. Temos qualidade e, quando igualamos na raça, a gente cresce. Espero que possamos dar alegria ao torcedor", afirmou o volante Raniele, após a partida.

O zagueiro Gustavo Henrique também comentou sobre o ambiente interno, principalmente após o vazamento de uma discussão entre Memphis e Félix Torres, na véspera do jogo. "As pessoas aumentam muito. Foi só uma discussão boba, coisa do dia a dia. O que mais chateia é saber que isso saiu de dentro. Deveria ter ficado entre nós", lamentou.

O desempenho defensivo tem sustentado o Corinthians em meio à instabilidade fora de campo. A equipe não sofreu gols nas duas partidas contra o Palmeiras, e tem apresentado maior consistência no setor sob o comando de Dorival.

"Todo mundo valoriza o ataque, com razão, mas a gente trabalha para dar tranquilidade ao pessoal da frente. Quando não tomamos gols, aumentamos nossas chances de vitória", completou Gustavo Henrique.

O sistema defensivo mais sólido tem sido uma das marcas da equipe nos últimos compromissos. Contra o Palmeiras, essa solidez foi essencial para conter os avanços alviverdes, mesmo diante de um adversário tecnicamente forte.

Clima tenso fora de campo e desafios pela frente - A classificação veio em meio a uma semana delicada para o clube. O Corinthians vive o impacto da proximidade da assembleia de sócios que pode definir o impeachment do presidente Augusto Melo, marcada para este sábado (9). A crise política, aliada aos conflitos internos e à pressão por resultados, tornou o Dérbi ainda mais simbólico - e decisivo.

Apesar do alívio momentâneo, o elenco já volta a campo na próxima segunda-feira (12), quando enfrenta o Juventude, em Caxias do Sul, pela 19ª rodada do Campeonato Brasileiro. A partida encerra o primeiro turno da competição.

O time, no entanto, pode ter problemas no setor ofensivo. O atacante Memphis deixou o campo com dores e é dúvida para o próximo compromisso. Carrillo, que também sentiu, teve o pé preso em um lance e passará por avaliação. Já Yuri Alberto, substituído com incômodo físico, não preocupa e deve estar à disposição.

"Aparentemente, o caso do Memphis é o mais sério. O Carrillo teve um susto no lance, mas não parece grave. O Yuri deve jogar normalmente", informou a comissão técnica após o jogo.

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