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07 de outubro de 2025 - 15h40
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CRISE FINANCEIRA

Conselho do Corinthians aprova previsão de déficit de R$ 83 milhões para 2025

Com dívida bilionária e fluxo de caixa comprometido, clube tenta renegociar Arena e sofre sanções da Fifa

7 outubro 2025 - 12h45Rodrigo Sampaio
Neo Química Arena é centro de negociação da diretoria para aliviar fluxo de caixa do clube
Neo Química Arena é centro de negociação da diretoria para aliviar fluxo de caixa do clube - Foto: Bruno Granja
Terça da Carne

Em reunião extraordinária realizada nesta segunda-feira (6), o Conselho Deliberativo do Corinthians aprovou por unanimidade a revisão da previsão orçamentária para 2025. O novo cenário financeiro do clube projeta um déficit de R$ 83 milhões, revertendo completamente a expectativa anterior de superávit de R$ 34 milhões, estimada ainda durante a gestão de Augusto Melo, destituído do cargo após um processo de impeachment.

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O encontro ocorreu no teatro da sede social do clube, no Parque São Jorge, e contou com a presença de 136 conselheiros. Apesar da aprovação unânime, 26 membros registraram ressalvas e pediram que os números voltem a ser analisados em breve. A revisão orçamentária recebeu pareceres favoráveis do Conselho de Orientação (Cori) e do Conselho Fiscal.

A nova estimativa fiscal é reflexo direto dos resultados financeiros já registrados ao longo de 2025. Em setembro, o clube apresentou balancete com déficit de R$ 60,2 milhões no primeiro semestre — valor bem distante do superávit de R$ 2,3 milhões projetado pela gestão anterior.

Dívida bilionária e foco na renegociação com a Caixa

O Corinthians acumula uma dívida de aproximadamente R$ 2,6 bilhões. Desse total, cerca de R$ 675,2 milhões são referentes ao financiamento da construção da Neo Química Arena, em Itaquera, junto à Caixa Econômica Federal.

A atual diretoria, presidida por Osmar Stábile, tenta negociar com o banco estatal uma redução na taxa de juros, considerada um dos principais entraves para o equilíbrio do fluxo de caixa do clube. Segundo informações da própria direção, a Caixa deve apresentar um novo modelo de pagamento entre o fim de outubro e início de novembro.

Nova estratégia para os naming rights da Arena

Entre as iniciativas da atual gestão para aumentar as receitas, está a busca por um novo acordo de naming rights da Arena. O objetivo é firmar um contrato com valor até três vezes maior do que o atual. Em vigor desde 2020, o acordo com a Hypera Pharma prevê o pagamento de R$ 300 milhões até 2040.

Stábile vê nessa renegociação uma das possibilidades mais concretas de melhorar o cenário financeiro do clube sem recorrer a cortes drásticos ou venda emergencial de ativos.

Os problemas financeiros já afetam diretamente o planejamento do departamento de futebol. A Fifa impôs um transfer ban ao clube em razão da dívida de R$ 33 milhões com o Santos Laguna (MEX), referente à contratação do zagueiro Félix Torres.

Além dessa punição, a entidade máxima do futebol também aplicou outras sanções ao clube paulista por atrasos em pagamentos relacionados a aquisições de atletas. Ao todo, essas condenações somam aproximadamente R$ 120 milhões.

As restrições impõem dificuldades operacionais para a montagem do elenco e reduzem a margem de ação do Corinthians no mercado, agravando a insatisfação da torcida e aumentando a pressão sobre a atual diretoria.

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