
O Corinthians afastou, por tempo indeterminado e sem remuneração, o superintendente financeiro do clube, Roberto Gavioli, após ele ser denunciado pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) nesta quarta-feira (15). A investigação aponta supostos crimes de apropriação indébita e lavagem de dinheiro ligados ao uso irregular de cartões corporativos da agremiação.

Gavioli foi nomeado diretor financeiro na gestão de Osmar Stábile, que assumiu o comando do clube após o impeachment do presidente Augusto Melo. Antes disso, ocupou o mesmo cargo durante o segundo mandato de Andrés Sanchez, entre 2018 e 2020. Ambos foram denunciados e podem ter que ressarcir o clube em cerca de R$ 480 mil, além de mais 75% desse valor por danos morais.
Clube oficializa afastamento - Por meio de nota oficial, o Corinthians comunicou o afastamento e reforçou que Gavioli terá a oportunidade de se defender. “O Sport Club Corinthians Paulista informa que afastou de suas funções nesta quarta-feira (15) — por tempo indeterminado e sem remuneração — o superintendente financeiro do clube, Roberto Gavioli, para que o mesmo possa defender-se da denúncia oferecida pelo Ministério Público”, diz o comunicado.
O clube também declarou que acompanha com atenção a denúncia que envolve o ex-presidente Andrés Sanchez e que está à disposição para colaborar com o MP-SP e com seus órgãos internos, como o Conselho Deliberativo, Conselho Fiscal e Comissão de Ética.
De acordo com o promotor Cássio Roberto Conserino, responsável pelo caso, Gavioli tinha obrigação de monitorar os gastos dos cartões corporativos, conferindo as notas fiscais e elaborando relatórios de prestação de contas. No entanto, segundo a denúncia, ele alegou em interrogatório que essa função não fazia parte de sua responsabilidade.
“Ele era obrigado a confeccionar relatório para apresentar aos órgãos internos e prestar contas. Em interrogatório, disse que não tinha o dever de fazer investigação. Por isso ele também ingressou na qualidade de codenunciado”, explicou o promotor.
Já Andrés Sanchez, além das acusações de apropriação indébita e lavagem de dinheiro, também é investigado por suspeita de falsidade de documento tributário. O MP quer que os dois devolvam valores ao clube e respondam judicialmente pelos danos causados à instituição.
Defesa se manifestará futuramente - Procurado pelo jornal O Estado de S. Paulo, Roberto Gavioli informou que o caso está sendo tratado por seus advogados e que se pronunciará “em momento oportuno”. Até o momento, nem ele nem Andrés Sanchez comentaram publicamente as denúncias feitas pelo MP.
O episódio aumenta a pressão sobre a diretoria atual, que já vive um momento conturbado após a saída de Augusto Melo, e reacende os debates sobre a transparência financeira e a governança dentro do clube.
