Após a vitória do Bahia por 1 a 0 sobre o Red Bull Bragantino, no último domingo (3), pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro, o técnico Rogério Ceni voltou a levantar um debate antigo no futebol brasileiro: a profissionalização da arbitragem. Em entrevista coletiva após o jogo, o treinador criticou o atual modelo e afirmou que mudanças são necessárias para reduzir falhas e polêmicas em campo.
“Devido ao contexto que o futebol chegou, por tudo que se envolve, se pudesse profissionalizar a arbitragem, iria diminuir os erros. O problema é o comportamental”, declarou Ceni. Com o resultado, o Bahia chegou a 52 pontos e ocupa a quinta colocação na tabela, firme na briga por uma vaga na próxima edição da Copa Libertadores.
Além de defender melhores condições de trabalho para os árbitros, Ceni direcionou críticas diretas ao uso do árbitro de vídeo no país. Para ele, o VAR tem atrapalhado mais do que ajudado, especialmente por atrasar o andamento das partidas e interferir em lances sem necessidade.
“O VAR faz m**** pra caramba aqui. Atrasa o jogo, entra onde não deve, chama o que não precisa, gasta tempo do jogo onde não precisa. Eles têm todos os ângulos, não podem cometer tantos erros”, desabafou. Segundo o técnico, os árbitros acabam sobrecarregados por orientações externas constantes durante os jogos. “Acho que os árbitros estão sofrendo muito com esse auxílio no ouvido. Ele já começa a se perder um pouco.”
Ceni também reconheceu que o comportamento de jogadores e treinadores no Brasil contribui para o clima de pressão sobre os árbitros. Ele cobrou a criação de regras mais rígidas e citou exemplos de situações recorrentes que, em sua visão, desequilibram a atuação da arbitragem.
“Tem de criar mecanismos. O Plata (Flamengo) foi expulso, e o cara que provocou ele não teve nada, deveria ter sido expulso junto. Em vários jogos, o causador da expulsão não leva nada”, exemplificou. “A regra do goleiro (tempo para reposição) não conta no tiro de meta. Temos de ter regras mais claras. O jogador brasileiro é muito chato, treinadores chatos, goleiros fazem muita cera.”
Apesar das críticas, Ceni reforçou que a solução passa por dar melhores condições de trabalho aos árbitros brasileiros. Para ele, a profissionalização da função e a melhoria na remuneração ajudariam a reduzir os erros e aumentar a autoridade dos juízes em campo.
“Se puder dar mais condições para o árbitro, pagar melhor, remunerar melhor, ele corre menos riscos. Temos de profissionalizar. Temos de dar mais condições”, completou.
O próximo compromisso do Bahia será nesta quarta-feira (6), às 20h, fora de casa, contra o Atlético-MG, na Arena MRV, em Belo Horizonte. A equipe de Rogério Ceni tenta manter o bom momento e seguir firme na disputa pelas primeiras posições do Brasileirão.
Rogério Ceni, sobre a arbitragem no futebol brasileiro: "Temos que deixar de ser tão chatos para deixar o árbitro apitar mais. O jogador brasileiro é muito chato, treinadores chatos, goleiros fazem muita cera. O VAR faz m**** para caramba, entra onde não deve..." pic.twitter.com/wjxnQH0S18
— ge (@geglobo) November 3, 2025
