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BRASILEIRÃO

CBF afasta árbitros após polêmicas em clássico entre Palmeiras e São Paulo

Áudios do VAR mostram decisões contestadas que revoltam o São Paulo; STJD denuncia árbitros e dirigentes

9 outubro 2025 - 12h55Rodrigo Sampaio
Ramon Abatti Abel foi denunciado ao STJD após críticas por lances polêmicos no clássico
Ramon Abatti Abel foi denunciado ao STJD após críticas por lances polêmicos no clássico - Foto: Werther Santana/Estadão

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) afastou os árbitros e assistentes de vídeo que atuaram na vitória do Palmeiras sobre o São Paulo, por 3 a 2, no último domingo (6), pelo Campeonato Brasileiro. A medida foi tomada após a divulgação dos áudios do VAR em lances polêmicos que geraram revolta na diretoria tricolor. Entre as decisões contestadas, estão um possível pênalti não marcado, a ausência de cartão vermelho para Andreas Pereira e uma cotovelada de Gustavo Gómez ignorada pela arbitragem.

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A partida, válida pela 26ª rodada, foi marcada por tensão dentro e fora de campo. O São Paulo chegou a abrir 2 a 0, mas sofreu a virada no segundo tempo. Durante o jogo, o árbitro Ramon Abatti Abel não foi chamado para revisar os lances mais polêmicos, o que gerou reclamações públicas por parte dos dirigentes são-paulinos.

CBF precisou consultar a Fifa para divulgar os áudios - Normalmente, os áudios do VAR só são liberados pela CBF quando há revisão de campo, o que não ocorreu neste caso. A pressão feita pela diretoria do São Paulo levou a entidade a consultar a Fifa, que autorizou uma mudança pontual no protocolo. Assim, os áudios foram divulgados nesta quinta-feira (9), evidenciando a interpretação dos árbitros durante os lances.

O primeiro lance questionado ocorreu no início do segundo tempo, com o placar ainda em 2 a 0 para o São Paulo. O palmeirense Allan escorregou e derrubou Tapia na grande área. No áudio, o árbitro descreve o contato como acidental:

RAMON: "Escorregou, jogador escorrega e os dois estão olhando pra bola. [...] É um choque de jogo."

VAR: "Totalmente acidental e é provocado por esse escorregão. [...] A bola já tinha passado pelo jogador."

Outro momento de forte reclamação foi a entrada de Andreas Pereira em Marcos Antônio. O jogador palmeirense pisa na bola e acerta o pé do adversário.

RAMON: "Ele pisa na bola, jogador chuta embaixo da sola dele..."

VAR: "Intensidade média, seguimos. Até raspa na canela, mas o contato mais forte é embaixo. Cartão amarelo."

Um terceiro lance envolveu Gustavo Gómez, acusado de cotovelada em Tapia ainda no primeiro tempo. Segundo o VAR, o contato foi acidental no momento em que o zagueiro se levantava.

RAMON: "Não, nada. Não pega por querer..."

VAR: "Foi checado. Quando ele vai levantar, atinge o rosto do atleta. Não tem nenhum gesto adicional."

STJD denuncia árbitros e dirigentes do São Paulo - A repercussão do clássico foi além das quatro linhas. A Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) denunciou Ramon Abatti Abel e Ilbert Estevam da Silva, árbitro e assistente de vídeo, por não observarem corretamente as regras da modalidade. Eles foram enquadrados no artigo 259 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que prevê suspensão de 15 a 120 dias e multa de R$ 100 a R$ 1 mil.

Também foram denunciados os dirigentes são-paulinos Carlos Belmonte e Rui Costa, por conduta considerada contrária à disciplina e à ética desportiva. Ambos podem ser suspensos de 15 a 180 dias, conforme o artigo 258 do CBJD.

Em nota, a Comissão de Arbitragem da CBF informou que os profissionais afastados passarão por “treinamento, aprimoramento e avaliação interna” antes de um eventual retorno à escala de jogos do Brasileirão. A medida também atinge árbitros da partida entre Red Bull Bragantino e Grêmio, marcada por situações semelhantes.

Jogador do Palmeiras também pode ser punido - Após o jogo, o atacante Vitor Roque publicou nas redes sociais uma imagem de cunho considerado homofóbico, com um tigre segurando a cabeça de um cervo — alusão ao seu apelido “tigrinho” e aos torcedores são-paulinos. Ele poderá ser punido com suspensão de cinco a dez jogos e multa de R$ 100 a R$ 100 mil, dependendo do julgamento no STJD.

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