Apesar da onda de reclamações após a vitória do Palmeiras sobre o São Paulo por 3 a 2, no último domingo (5), a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) informou que não irá divulgar os áudios das conversas entre o árbitro Ramon Abatti Abel e o VAR durante os lances polêmicos da partida válida pela 27ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Segundo o protocolo adotado pela CBF desde 2022, os áudios do VAR só são tornados públicos quando o árbitro de campo vai à cabine revisar o lance. Se a decisão for confirmada pela equipe de vídeo ou for um lance factual — como impedimento —, os áudios não são publicados no site oficial.
São Paulo quer os áudios
O São Paulo contesta duramente dois momentos da partida: um possível pênalti não assinalado após contato entre Allan e Tapia, e uma falta de Andreas Pereira sobre Marcos Antônio, que não resultou em expulsão. Ambos os lances foram checados pelo VAR, mas sem recomendação de revisão ao árbitro. O Palmeiras, que perdia por 2 a 0, virou o jogo para 3 a 2.
Após a partida, o presidente Julio Casares falou por telefone com o presidente da CBF, Samir Xaud, e usou as redes sociais para cobrar a divulgação dos áudios. “Queremos ouvir os áudios do VAR”, publicou o dirigente, que acusou a arbitragem de ter "manchado o Campeonato Brasileiro".
O diretor de futebol Carlos Belmonte também criticou o desempenho da arbitragem e acompanhou o protesto. O clube, em nota oficial, afirmou: “Foi mais uma atuação desastrosa da arbitragem, que compromete a credibilidade do Brasileiro e o trabalho de jogadores, comissão técnica e diretoria”.
Acesso restrito via Fórum Permanente
Caso deseje obter os áudios, o São Paulo pode ingressar com uma reclamação formal no Fórum Permanente de Arbitragem, que avalia os lances polêmicos após cada rodada. Nesse caso, os áudios podem ser liberados apenas às partes envolvidas: São Paulo, Palmeiras e a equipe de arbitragem — mas não serão tornados públicos.
A CBF já afastou todos os envolvidos no clássico: Ramon Abatti Abel (árbitro principal) e Ilbert Estevam da Silva (VAR). A entidade informou que eles passarão por treinamento, aprimoramento e avaliação interna antes de voltarem a apitar jogos da Série A.
A decisão da CBF reacende o debate sobre a transparência do uso do VAR no futebol brasileiro, sobretudo em partidas decisivas e de grande visibilidade, como o Choque-Rei.
