
A Comissão de Arbitragem da CBF saiu em defesa do árbitro Flávio Rodrigues de Souza após a polêmica expulsão do goleiro Léo Jardim, do Vasco, na partida contra o Internacional, pelo Campeonato Brasileiro. O presidente da comissão, Rodrigo Cintra, afirmou nesta terça-feira (30) que a decisão em campo foi correta e seguiu rigorosamente as orientações da Fifa, especialmente no que diz respeito ao combate à perda deliberada de tempo.

"A decisão está prevista na regra e nas recomendações da Fifa. O árbitro agiu dentro do protocolo", afirmou Cintra, ao comentar a expulsão do goleiro vascaíno, que recebeu o segundo cartão amarelo após permanecer sentado no gramado, próximo à trave, recusando atendimento médico e retardando a retomada do jogo.
De acordo com a súmula, o árbitro entendeu que Léo Jardim usou a paralisação como estratégia para retardar o reinício da partida. Mesmo com a presença da equipe médica ao seu lado, o jogador permaneceu imóvel, sem aceitar o atendimento. “O árbitro chegou ao último recurso... não havia outro caminho para retomar a partida”, explicou Cintra, classificando a atuação de Flávio como "minuciosa e tecnicamente correta".
Lesão não muda decisão da arbitragem
Após a partida, o Vasco divulgou um laudo médico apontando que o goleiro sofreu um trauma na região da bacia, além de hematomas musculares. Ainda assim, a Comissão de Arbitragem manteve sua posição. “Não somos médicos. Quem poderia avaliar a condição física do jogador era o profissional de saúde que estava ao lado dele, e ele poderia ter sido atendido ali mesmo”, disse Cintra, dando a entender que a permanência no solo poderia ter sido uma escolha tática.
A comissão também destacou que o episódio não será tratado como um caso isolado. “Se houver desrespeito ao andamento do jogo, o árbitro deve agir com rigor, independentemente do jogador ou da equipe envolvida”, pontuou o dirigente.
Vasco protesta e pede afastamento do árbitro
A expulsão de Léo Jardim causou forte reação nos bastidores do clube carioca. Em nota oficial, o Vasco classificou a arbitragem como “desastrosa” e solicitou o afastamento do juiz da partida. Ainda assim, a CBF reforçou que a equipe de arbitragem atuou preventivamente e de acordo com os protocolos definidos.
“Todas as tentativas para garantir a retomada do jogo foram feitas. Infelizmente, o jogador não colaborou com o retorno. Não houve falha de condução”, sustentou Cintra.
Padrão internacional será mantido
Rodrigo Cintra citou a Copa do Mundo de Clubes como exemplo de como o endurecimento contra o antijogo tem se tornado norma em grandes torneios. “A Fifa tem atuado fortemente contra esse tipo de comportamento. Nosso papel é seguir essa orientação”, declarou.
Segundo ele, o compromisso da comissão é proteger a fluidez da partida e aplicar as regras com uniformidade, sem exceções. “Não é contra um jogador específico. É uma diretriz clara: se houver tentativa de manipular o ritmo do jogo, o árbitro deve intervir. A responsabilidade de manter o jogo em andamento é dele”, finalizou.
