
A Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou neste domingo (6) o afastamento dos árbitros e operadores de VAR que atuaram nos jogos São Paulo x Palmeiras e Red Bull Bragantino x Grêmio, válidos pela 27ª rodada do Campeonato Brasileiro. Segundo nota oficial, os profissionais passarão por “treinamento, aprimoramento e avaliação interna” antes de serem novamente escalados.

A medida, embora apresentada como técnica, expõe a crise recorrente na arbitragem nacional. Para torcedores e dirigentes, o afastamento funciona como uma espécie de punição simbólica — a chamada “geladeira” — sem resolver o problema estrutural da falta de consistência nas decisões de campo e da transparência nos protocolos do VAR.
Clássico no MorumBis revolta tricolores
O confronto entre São Paulo e Palmeiras, vencido pelo time alviverde por 3 a 2, gerou forte reação do clube mandante. O presidente são-paulino Júlio Casares divulgou um vídeo com cinco lances considerados polêmicos e afirmou que a atuação do árbitro Ramon Abatti Abel e do VAR Ilbert Estevam da Silva “manchou o Brasileirão”.
Entre os lances mais contestados estão um possível pênalti de Allan sobre Tapia, quando o São Paulo vencia por 2 a 0, e uma falta cometida por Andreas Pereira em Marcos Antônio, que, segundo Casares, merecia cartão vermelho. O dirigente levou as reclamações diretamente ao presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, e ao coordenador da arbitragem, Rodrigo Cintra, exigindo ações imediatas.
Grêmio reclama de pênalti e expulsão
Outro caso de insatisfação ocorreu em Bragança Paulista, onde o Grêmio perdeu por 1 a 0 para o Red Bull Bragantino. A marcação do pênalti que decidiu a partida e a expulsão do zagueiro Kannemann ainda no primeiro tempo foram duramente criticadas.
O lateral Marlon foi direto ao acusar a CBF. “Foi vergonhoso. O Grêmio está sendo roubado. Não dá mais”, declarou, ressaltando a sensação de impotência diante de erros repetidos da arbitragem. O árbitro da partida foi Lucas Casagrande, que também está afastado para reavaliação.
Afastamentos não resolvem crise
Nos bastidores do futebol, há quem veja com ceticismo a eficácia dessas medidas da CBF. Para analistas e dirigentes, afastar árbitros sem uma política mais robusta de transparência, capacitação e revisão dos critérios de intervenção do VAR serve apenas como resposta imediata à pressão pública — mas não ataca a raiz do problema.
O Brasileirão de 2025 tem acumulado episódios de polêmicas que alimentam a desconfiança de torcedores e clubes. A CBF, por sua vez, tenta mostrar controle sobre o processo com comunicados frequentes, afastamentos e promessas de capacitação. Mas a crise da arbitragem segue sendo um dos principais pontos de desgaste da competição.
