León está oficialmente fora do novo Mundial de Clubes da Fifa, marcado para acontecer entre junho e julho deste ano. A decisão foi confirmada nesta segunda-feira (6) pela Corte Arbitral do Esporte (CAS), que rejeitou os recursos apresentados por três clubes: León, Pachuca e Alajuelense, da Costa Rica.
O motivo da exclusão está relacionado a uma regra clara da Fifa: clubes com o mesmo proprietário não podem disputar a mesma edição da competição. Como León e Pachuca pertencem ao mesmo grupo empresarial, apenas um pôde ser inscrito. O escolhido foi o Pachuca, campeão da Concachampions 2023.
A CAS considerou que o fundo financeiro criado para separar as gestões dos dois clubes não é suficiente para garantir independência real entre as equipes. Por isso, manteve a exclusão do León, apesar dos argumentos apresentados de que as operações eram autônomas.
"O Painel determinou que Pachuca e Club León não cumpriram os critérios de propriedade múltipla de clubes previstos no Regulamento do Mundial de Clubes", informou o tribunal, em nota oficial. A decisão, segundo o CAS, foi tomada após análise detalhada de documentos e será acompanhada de uma sentença completa nas próximas semanas.
Além do León e Pachuca, a Asociación Liga Deportiva Alajuelense (LDA), da Costa Rica, também entrou com recurso. O clube argumentava que, diante do conflito entre os dois times mexicanos, a vaga deveria ser repassada ao Alajuelense, com base no ranking da Concacaf. O pedido também foi negado.
Com a decisão, a vaga restante no Grupo D do Mundial, que já tem Flamengo, Chelsea e Espérance de Tunis, será disputada entre o América (México) — melhor colocado no ranking da Concacaf — e o Los Angeles FC (EUA), vice-campeão da última edição da Concachampions. A Fifa deverá oficializar a data da partida nos próximos dias.
A exclusão representa um golpe para o León, onde atua o colombiano James Rodríguez. Em comunicado oficial, o clube lamentou o desfecho e criticou a Fifa e o processo de julgamento, alegando que não houve critérios esportivos.
"A sentença foi dura, a pressão intensa e os interesses muito altos. Quem mais sofreu foi nossa torcida, que merecia respeito. Nenhum princípio esportivo foi observado neste processo", afirmou a nota do clube.
Para especialistas em direito desportivo, a decisão era esperada. Segundo o advogado Raphael Paçó Barbieri, a jurisprudência do CAS costuma respeitar os regulamentos internos das federações, desde que sejam proporcionais e justos.
