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FUTEBOL

Jogador é preso em flagrante por injúria racial contra atleta durante jogo

Miguelito foi detido após chamar adversário de "preto do c..." durante partida em Ponta Grossa; árbitro aplicou protocolo antirracismo e jogo foi paralisado

5 maio 2025 - 12h25Rodrigo Sampaio
Miguelito, emprestado pelo Santos ao América-MG, foi preso por injúria racial.
Miguelito, emprestado pelo Santos ao América-MG, foi preso por injúria racial. - Foto: Divulgação/América-MG

Jogo válido pela Série B do Campeonato Brasileiro, neste domingo (5), em Ponta Grossa (PR), terminou com um episódio grave de injúria racial em campo. O meio-campista Miguel Ángel Terceros Acuña, o Miguelito, de 21 anos, que está emprestado pelo Santos ao América-MG, foi preso em flagrante após ofender o jogador Allano, do Operário-PR, com uma frase de cunho racista.

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O caso ocorreu por volta dos 30 minutos do primeiro tempo, no Estádio Germano Krüger. Segundo relatos colhidos pela Polícia Civil do Paraná, Miguelito teria se dirigido ao adversário com o insulto “preto do c...” após uma falta marcada a favor do time paranaense. A declaração foi confirmada pelo próprio Allano e pelo capitão do Operário, Jacy, que presenciou a cena.

O árbitro Alisson Sidnei Furtado seguiu o protocolo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para casos de racismo, paralisando o jogo por 15 minutos. Embora a ofensa não tenha sido captada pelas câmeras da transmissão oficial, os depoimentos colhidos ainda no estádio foram considerados suficientes para caracterizar o crime.

A Polícia Militar conduziu os envolvidos à delegacia da Polícia Civil, onde o jogador foi autuado por injúria racial. Miguelito passou por audiência de custódia e permanece detido no sistema penitenciário.

O delegado Gabriel Munhoz, que cuida do caso, informou que o inquérito será concluído nos próximos dias e que novas imagens de ângulos diferentes foram solicitadas para complementar a investigação.

Até o momento, América-MG e Santos não emitiram posicionamentos oficiais sobre o ocorrido. Um dirigente do América permaneceu no Paraná, ao lado do advogado pessoal do atleta, para acompanhar os desdobramentos do caso. A delegação do time retornou a Belo Horizonte na manhã desta segunda-feira.

A reportagem também tentou contato com a CBF, mas até a publicação desta matéria, não houve resposta.

Em nota divulgada à imprensa, o Operário Ferroviário informou que está prestando apoio psicológico e institucional ao jogador Allano. O clube lamentou que a partida tenha sido retomada mesmo após o protocolo antirracismo ter sido acionado e afirmou que busca imagens mais claras para reforçar a denúncia.

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